Eliminado da Copa do Brasil pelo Corinthians há quatro dias, protestando bastante com a arbitragem em Itaquera, o Fluminense retornou à Zona Leste de São Paulo na tarde deste domingo e comemorou uma vitória suada. O gol do triunfo por 1 a 0, de Cícero, foi anotado apenas aos 49 minutos do segundo tempo e aproximou o time carioca da zona de classificação para a Copa Libertadores da América do Campeonato Brasileiro.
O Fluminense totaliza agora 43 pontos ganhos, um de vantagem para Corinthians e Atlético-PR e apenas dois atrás do quarto colocado Santos. No sábado, a equipe dirigida por Levir Culpi receberá o Sport em Edson Passos, enquanto a comandada por Fábio Carille visitará o Botafogo na Ilha do Governador.
Apesar de o confronto deste fim de semana ter sido importante na disputa pelo G4, apenas 18.838 torcedores pagaram ingresso para estar em Itaquera, que tinha um setor interditado e registrou o seu pior público na história. Dentro de campo, a expectativa era de um jogo pegado, principalmente pelas efusivas reclamações do Fluminense no confronto da Copa do Brasil. Desta vez, o protestou contra a arbitragem se resumiu a um lance em que Marcos Júnior se sentiu agarrado por Marquinhos Gabriel dentro da área, no primeiro tempo.
Com o Fluminense já em seu passado, o Corinthians irá se concentrar na sequência da Copa do Brasil antes de voltar a pensar no Campeonato Brasileiro. O duelo de quartas de final com o Cruzeiro iniciará na noite de quarta-feira, em Itaquera.
O jogo – Recepcionado no gramado de Itaquera com gritos de “eliminado”, em clara referência à derrota para o Corinthians na Copa do Brasil, o Fluminense não se intimidou no reencontro com o adversário. Soltou-se logo em direção ao gol onde estava Walter, e não Cássio, lesionado de última hora, nem os torcedores organizados corintianos – o setor norte do estádio foi interditado em função dos incidentes do último clássico contra o Palmeiras.
O Corinthians aceitou o jogo aberto proposto pelo Fluminense. A princípio, dependeu das arrancadas de Fagner do lado direito para incomodar o time carioca, porém não demorou a passar mais tempo com a bola nos pés. Faltava objetividade – os comandados de Fábio Carille pouco finalizavam, apesar de rondar a área rival com frequência.
Quando chutou a gol, o Fluminense se mostrou mais perigoso. Aos 24 minutos, Gustavo Scarpa fez boa enfiada de bola pela ponta direita, e Marcos Júnior avançou no meio da insegura dupla de zaga do Corinthians para aparecer na frente de Walter, que salvou a sua equipe com uma bela defesa.
A resposta corintiana foi imediata. Em um contra-ataque rápido, o falso centroavante Romero foi lançado na direita (onde se sente mais à vontade), deu um belo drible antes de entrar na área e bateu cruzado. O goleiro Júlio César, quase traído por um desvio no meio do campo, defendeu no susto.
Nos minutos finais do primeiro tempo, o Fluminense pressionou o Corinthians à base de cobranças de escanteios. Em um deles, a polêmica do jogo do meio da semana foi reacendida. Marcos Júnior se sentiu agarrado por Marquinhos Gabriel na segunda trave e desviou o olhar para o árbitro Anderson Daronco, acenando negativamente a cabeça. “Foi pênalti? Foi pênalti? Eu acho que foi”, protestou, já no intervalo.
Outra vez preocupado em jogar futebol na etapa complementar, Marcos Júnior voltou a parar em Walter aos cinco minutos. O substituto de Cássio se esticou todo para, com as pontas dos dedos, evitar que a bola entrasse em uma conclusão cruzada e rasteira do atacante do Fluminense.
Assim como no primeiro tempo, o Corinthians entrou no jogo após alguns minutos e começou a dar trabalho para a marcação visitante. O time da casa agora distribuía melhor a bola em suas investidas, apesar do individualismo de Rodriguinho em alguns momentos. Giovanni Augusto era ainda uma boa opção como homem-surpresa, chegando de trás, embora Romero se mostrasse atrapalhado na hora de tramar jogadas com ele.
Para diminuir o ímpeto corintiano, Levir Culpi recorreu às entradas de Marquinho, Richarlison e Magno Alves nas vagas de Douglas, Marcos Júnior e Wellington. Fábio Carille deu o troco com Lucca no lugar de Marlone, substituição que desagradou à parte do público presente em Itaquera, e trocou o aplaudido Giovanni Augusto por Gustavo mais tarde.
Com essas mudanças, o Corinthians continuou no campo de ataque na maior parte do tempo, pressionando o Fluminense. Esbarrou em algumas falhas de Romero, que arriscou até uma bicicleta, e na dificuldade que Gustavo demonstra ter com a bola nos pés. Os visitantes tentaram aproveitar os espaços oferecidos para contragolpear. E tiveram sucesso aos 49 minutos, quando Cícero ficou com uma sobra de bola dentro da área e mandou para dentro.