Foi preso na manhã desta quarta-feira Patrick Hickey, membro do Comitê Executivo do COI e chefe dos Comitês Olímpicos Europeus. O dirigente estava hospedado em um hotel na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, e acabou detido acusado de envolvimento na máfia de venda ilegal de ingressos durante os Jogos Olímpicos, segundo publicação do jornal O Estado de S.Paulo. Apesar de sua prisão, ele foi encaminhado a um hospital alegando mal-estar.
Hickey é mais uma vítima da operação que está sendo realizada pela polícia do Rio. Além dele, Ken Murray, Eamon Collins e Michael Glynn também foram detidos. Esses três integrantes da empresa Pro 10, que comercializa os ingressos do Rio 2016. No início desta semana membros da THG, empresa irlandesa que tinha parceria com o COI até Londres 2012, também foram caçados pela Justiça.
Uma série de torcedores que compraram pacotes para assistir à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos através dessas empresas envolvidas na máfia dos ingressos reclamaram do serviço oferecido, inferior ao que foi prometido no ato da compra dos bilhetes. Decretadas pelo Juizado Especial do Torcedor, as prisões se baseiam nos crimes de facilitação de cambismo, marketing de emboscada e formação de quadrilha.
A operação da polícia do Rio chamou a atenção do Ministério do Esporte da Irlanda, Shane Ross. O político aterrissou no Brasil para conversar com Patrick Hickey sobre o esquema em que seu compatriota estava inserido. Ross, que pedia uma investigação paralela sobre o funcionamento da máfia, acabou revelando após seu encontro com o dirigente que ele se negou a colaborar com as investigações.
Patrick Hickey aproveitou sua grande influência dentro do COI para estabelecer o esquema de ingressos nos Jogos. Na última sexta-feira Kevin James Mallon já havia sido preso. Ele é um dos diretores da THG, que já havia participado de escândalos com ingressos durante a Copa de 2014, quando teve o CEO James Sinton detido. Para a cerimônia de abertura ele chegou a vender ingressos a R$ 8 mil.