O São Paulo mais uma vez não teve forças para vencer no Morumbi, diante de seu torcedor. Depois de empatar no sufoco com a Chapecoense, nesta quarta-feira, a equipe foi ainda pior. Depois de sair na frente com uma verdadeira obra prima de Andres Chavez, o Tricolor não conseguiu segurar o ímpeto do forte e veloz ataque atleticano e acabou sofrendo a virada ainda no primeiro tempo. Victor, que falhou no gol são-paulino, foi o grande nome da segunda etapa e segurou o massacre dos mandantes no segundo tempo.
Assim, o técnico Edgardo Bauza se despede do São Paulo com 18 vitórias, 18 derrotas e 13 empates. Enquanto assume a seleção argentina, Patón ficará apenas na torcida para que sua, agora ex-equipe, consiga reagir no Campeonato Brasileiro. Já são quatro jogos sem saber o que é vitória, 23 pontos e uma incômoda 11ª colocação, podendo ainda perder mais uma posição até o fim da 18ª rodada.
Por outro lado, o Galo mostra que chega para brigar pelo título depois de um início de Brasileirão ruim. É a quarta partida consecutiva que os mineiros saem de campo com os três pontos garantidos. Assim, alcança os mesmos 32 pontos do Grêmio, primeiro clube dentro do G4.
Sem Bauza e com André Jardine no comando, o São Paulo volta a campo no domingo, quando visitará o Santa Cruz no estádio do Arruca, em Pernambuco, às 16h15. O Atlético-MG só jogará na segunda-feira. O adversário será a Chapecoense, a partir das 20 horas, no estádio Independência, em Belo Horizonte.
Golaço, virada e polêmica
Devido ao caótico trânsito paulista, muitos torcedores ainda entravam no estádio quando o placar foi aberto. E quem não viu, perdeu uma chance de ouro, porque Andres Chavez fez questão de mostrar em um só lance como pode funcionar sua principal característica. Famoso por ser “chuta-chuta” na Argentina, o atacante, que fez sua estreia como titular nesta quinta-feira, percebeu Victor adiantado e emendou um petardo de canhota, ainda antes da intermediária ofensiva, para anotar seu primeiro gol com a camisa tricolor.
O gol aos 2 minutos deixou o Morumbi, longe de receber um público parecido com o de domingo, quando o recorde do campeonato foi batido, ensandecido. O Galo, no entanto, com tantos jogadores experientes, soube administrar o início avassalador dos mandantes e, aos poucos, foi se encontrando em campo.
Não demorou e o empate aconteceu. Em contra-ataque claramente armado, Hudson não leio a jogada e deixou de acompanhar Lucas Pratto, que entrou na área para afzer a vez de Fred, que abriu para receber. Com isso, Mena, teve de abandonar a lateral e Maicossuel para fechar o miolo. Com o sistema defensivo desmontado, Fred teve tempo para dominar e servir Maicossuel que, sozinho, bateu firme para o fundo do gol.
O São Paulo forçava as jogadas pelo lado direito, com Kelvin e Buffarini, que atua quase como um ponta antigo. Dali saiam as principais jogadas são-paulinas. O Atlético ficava na espreita, aguardando a melhor oportunidade. E o momento se repetiu aos 19 minutos. Novo contra-ataque. Dessa vez Pratto levou sorte ao tentar o passe. A bola bateu em Buffarini e ficou limpa para o atacante bater forte, no ângulo de Denis. Golaço e virada no Morumbi.
O jogo era bom, de qualidade técnica elevada, o que fazia com que qualquer erro fosse mais evidenciado. Atrás do placar, os jogadores do São Paulo acabavam errando mais naturalmente. A primeira etapa ainda reservou amis dois lances de perigo. Um com Michel Bastos, que finalizou de dentro da área para defesa de Victor, e outro já os acréscimos para gerar polêmica.
Robinho e Fabio Santos deixaram Buffarini e Hudson perdidos na marcação. O Rei das Pedaladas, então, viu Fred na área e alçou a bola. Maicon falhou na marcação, como já ocorrera no domingo nos dois gols da Chapecoense, e Fred ampliou de cabeça. O problema é que a arbitragem anulou o lance assinalando impedimento, que não ocorreu.
Massacre sem recompensa
A segunda etapa mostrou que o São Paulo teria de correr atrás sob pressão, em casa. Antes mesmo dos 10 minutos, a torcida já dava sinais de impaciência, principalmente diante dos repetitivos erros de passes de Thiago Mendes. Não demorou e os gritos de “Luiz Araújo” eram ecoados.
O jogo tomou ares dramáticos e, enfim, o São Paulo cresceu e se impôs. Foram três grandes chances de empate. Thiago Mendes desperdiçou de cabeça, Victor fez um verdadeiro milagre após cobrança de escanteio e testada de Maicon, e Chvez também obrigou boa defesa do camisa 1 atleticano em chute cruzado.
Para aumentar a intensidade, o jovem Luiz Araújo entrou na vaga de Wesley. Fred saiu lesionado para Luan ir para o jogo. O Galo, no entanto, diferente da primeira etapa, tinha muita dificuldade até em superar a linha de meio campo. A torcida tricolor, a essa altura, jogava junto e empurrava o São Paulo para cima.
O grito de gol quase desentalou aos 29, quando Hudson arriscou da entrada da área. Victor espalmou, mas Thiago Mendes chegou no rebote e rolou para Chavez, embaixo da trave. Leonardo Silva, porém, se antecipou e salvou o Galo. Era ataque contra defesa. Um massacre do São Paulo, mas longe de ser eficiente.
Uma linda defesa de Vitor já aos 40 minutos mostrou de uma vez por todas de a noite não era são-paulina. Apesar da derrota, ao menos ficou o consolo da torcida ter reconhecido o esforço do time após o apito final com gritos de incentivo e muitas palmas.