O sentimento de frustração da sexta-feira passada se inverteu para o Brasil. Se contra o Uruguai ficou um gosto amargo por ter cedido o empate após abrir 2 a 0, contra o Paraguai, nesta terça-feira, o sabor do empate por 2 a 2 foi menos amargo, mas não apaga a atuação ruim que o time de Dunga teve na maior parte do tempo no Defensores del Chaco, pela sexta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo.
E o jogo teve um ingrediente a mais, certa dose de requintes de crueldade, porque a Seleção Brasileira só alcançou a igualdade nos acréscimos do segundo tempo, com Daniel Alves. Com nove pontos, o Brasil termina a rodada em sexto lugar, fora da zona de classificação para o Mundial.
A exemplo da maior parte do jogo contra o Uruguai – voltando a citar o exemplo mais recente –, o Brasil esteve na maior parte do tempo desnorteado, sem jogo coletivo, com falhas de posicionamento e individuais.
No primeiro tempo, o que teve de bom no lado canarinho foi uma bola de Ricardo Oliveira (substituto de Neymar) no travessão de Villar com o placar ainda zerado. Mas foi só. O Paraguai sufocou o Brasil, especialmente pelo alto. Alisson fez milagres.
A Seleção, que ainda carrega consigo a marca do 7 a 1 e quase ficou em sétimo lugar na tabela das Eliminatórias, teve como vilão identificado por Dunga um dos remanescentes da goleada para a Alemanha. O volante Fernandinho, que fez dupla com Luiz Gustavo, o da camisa 17 (também naquele 8/7/14), foi sacado no intervalo, quando o Paraguai já vencia por 1 a 0. Fernandinho não conseguiu dar sequência a um passe de Willian no meio. O equívoco virou contra-ataque do Paraguai. Gol de Lezcano, que finalizou com liberdade depois que Filipe Luís deu uma derrapada na marcação.
Ah, lembram da substituição do Fernandinho? Dunga optou por Hulk. Quem acreditou que o Brasil reagiria e, de repente, foi fazer um macarrão instantâneo no começo da etapa final quase não viu o segundo gol paraguaio, que saiu em três minutos, com Benítez.
O tempo foi passando e Dunga também desistiu de Luiz Gustavo, colocando Lucas Lima. Ou seja, zero volantes em campo. O time teve um espasmo, depois que Ricardo Oliveira diminuiu o placar aproveitando rebote de Villar após chute de Hulk.
Os paraguaios estavam crentes que bastava a eles recuar para segurar o Brasil, já que os exemplos recentes não mostravam um time brasileiro com poder de reação. Só que o time de Dunga foi para cima de qualquer jeito. E o empate salvador veio com Daniel Alves. Derrota evitada, mas o sentimento de desconfiança permanece.