Os candidatos ao concurso público de Mato Grosso para os cargos de delegado e técnico fundiário são os únicos que ainda não conhecem o resultado. A relação divulgada pelo governo do Estado excluiu estes 2 cargos por determinação da Justiça. Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Administração (SAD), no caso do cargo de delegado houve recurso questionando um item do edital, que diz que os candidatos que não atingissem uma nota mínima na prova objetiva não teriam a prova dissertativa corrigida.
Já a suspensão no cargo de técnico fundiário foi solicitada pelo Ministério Público. Na ação proposta, o MP alega que, após a anulação das provas realizadas no dia 22 de novembro de 2009 e posterior aplicação, vem recebendo sucessivas denúncias apontando graves erros na confecção das questões, na correção dos gabaritos e em plágios de dezenas de questões.
A promotoria justificou que 20 questões da prova de conhecimentos específicos foram anuladas e a pontuação foi atribuída a todos os candidatos, o que representa 65% das questões do caderno. Desta forma, considera que a seleção foi prejudicada.
“É de amplo conhecimento que a finalidade do concurso público é selecionar, entre os candidatos, os mais preparados para o desempenho da função pública, de forma que esta seleção é realizada por meio de prova para avaliação de conhecimentos para o desempenho de determinada função”, cita trecho da ação.
O Ministério Público pediu ainda, na Ação Cautelar Inominada, a suspensão do concurso para o provimento de todos os cargos de nível superior, bem como a divulgação dos resultados, além do cargo de técnico do Sistema Prisional, perfil farmacêutico. Neste último, o MP apontou que 25 questões, do caderno de conhecimentos específicos foram plagiadas, sendo extraídas de outras provas publicadas na internet.
Apesar das alegações, o juiz da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Popular, Luís Aparecido Bertolucci Júnior, acatou apenas a suspensão do resultado do cargo de técnico fundiário. A decisão foi assinada no dia 11 de junho.
As convocações para os outros cargos devem ser feitas já nas próximas semanas pelas secretarias, de acordo com suas necessidades.
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que ofereceu o maior número de vagas, informou que aguarda o levantamento de quantas vagas precisam ser preenchidas para convocar, de imediato, os aprovados. São 3 mil vagas para o cargo de professor, 2 mil para apoio administrativo e outras 500 para técnico administrativo.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) também deve chamar os aprovados nos cargos administrativos. Já para soldados da Polícia Militar, bombeiros, agentes, peritos, dentre outros, a convocação deve ser feita somente no ano que vem, já que ainda serão realizadas as outras etapas de classificação e, em alguns deles, é necessário um período de treinamento.