Os profissionais da educação de Cláudia (90 km de Sinop) definiram, ontem à tarde, em assembleia geral, manter a greve iniciada há 50 dias. “O prefeito anunciou, no início desta semana, que estaria cortando salários de concursados e demitindo funcionários contratados”, disse o presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público – Sintep – Edson Sauthier, ao Só Notícias. “Não teve uma decisão da justiça permetindo que o prefeito faça isso, então fizemos uma assembleia e, por unanimidade, a categoria decidiu permanecer em greve, mesmo sem receber os salários”, acrescentou. Aproximadamente 120 profissinais participaram.
Com a decisão, o Sintep aponta que será mantido o acampamento em frente ao Executivo, que foi instalado poucos dias depois que o movimento grevista iniciou. O objetivo é garantir a aplicação do piso salarial de R$ 1.132,40, negociado ainda no ano passado (atualmente o piso é de R$ 765,03).
A lista de reivindicações é composta ainda pelo Plano de Carreiras da Educação Municipal que, segundo o Sintep, a prefeitura quer alterar; cobrança das dívidas históricas relacionadas à previdência municipal, à merenda escolar, e de recursos desviados do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (FUNDEF ) nos anos de 2001 a 2004, que deveriam ser transformados em reajuste salarial ou rateio, totalizando mais de 2 milhões de recursos desviados de forma irregular.
Nas reivindicações estão ainda o ressarcimento das diferenças de pagamentos de profissionais que tiveram erros de enquadramento; aquisição de materiais permanentes e pedagógicos que sejam o suficiente e de qualidade para todos os estabelecimentos de ensino da rede municipal; progressão na carreira e, elevação de nível do apoio educacional no cargo de multimeio didático educacional, de acordo com o nível de formação.
“Nós ainda aguardamos um posicionamento para negociar. Desde o dia que entramos em greve até hoje são retaliações que recebemos pelo fato de exercer o direito de greve”, acusou Sauthier.
Outro lado
A prefeitura aponta que a greve é uma continuidade da do ano passado. Foram cortados os salários de quem não está trabalhando até que a justiça julgue a ação do Sintep. 127 professores ficaram sem receber os salários depois do dia 15 de março. Os demais estão recebendo. São cerca de 1.500 alunos sem aulas. O prefeito Vilmar Giachini deu prazo até amanhã (sexta) para os professores não voltarem ao trabalho. Caso contrário, a prefeitura contratará substitutos e pessoas que passaram em teste seletivo serão chamadas.
(Atualizada às 08:34h)