Após 110 dias de paralisação, os técnicos administrativos das universidades federais podem retomar suas atividades dentro de poucos dias. O comando nacional de greve da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) decidiu, em votação, pelo retorno das atividades a partir o dia 26 de setembro. Mas a decisão precisa ser referendada, em assembleia, pelos sindicatos de cada uma das instituições de ensino.
Segundo Léia Oliveira, coordenadora-geral da Fasubra, o comando avaliou que a greve "já cumpriu seu papel político" e por isso encaminhou às filiadas a orientação para a saída unificada. Durante todo o período em que os servidores permaneceram parados, o governo negou-se a estabelecer uma mesa de negociação enquanto a categoria não retornasse ao trabalho.
"O retorno não significa que a luta vai acabar, mas ela segue para um patamar fora da greve. Vamos novamente buscar o governo já que havia a promessa de negociação caso terminássemos a greve", disse Léia. A categoria reivindicava que o piso salarial fosse reajustado em pelo menos três salários mínimos. Segundo a Fasubra, o vencimento desses servidores atualmente é R$ 1.034. A entidade queria que o reajuste fosse incluído no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2012, que já foi encaminhado pelo governo ao Congresso Nacional.
Léia nega que o movimento tenha saído enfraquecido das negociações. "Para nós isso não é uma derrota. Quando você entra numa luta tem que estar preparado para ganhar ou perder. Vamos continuar defendendo nossas proposições e, caso não seja possível o reajuste em 2012, vamos pressionar para recuperar esse prejuízo em 2013", avaliou.