As obras da 18ª escola estadual de Alta Floresta (261 km de Sinop) estão paralisadas desde janeiro e viraram foco para infestação do mosquito da dengue. Os 25 trabalhadores reclamam da falta de pagamento por parte da empresa Holos Engenharia, vencedora da licitação para realização da obra orçada em R$ 1,9 milhão pelo governo federal. A construção de escolas em Barra do Bugres (443 km de Sinop) e Cáceres (581 km de Sinop), que são de responsabilidade da mesma construtora, também estão com problemas, conforme denúncias.
Morador de Alta Floresta, Julio Cesar, diz que a placa em frente à obra aponta que o prédio estará pronto em setembro deste ano. Porém, alerta que a meta de abrir a nova unidade do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) não será atingida. “Iniciou em outubro, mas não vai dar tempo. Tem pedreiro indo na obra só para bater ponto.” O projeto é para construção de 12 salas, quadra poliesportiva coberta, laboratório de informática e biblioteca.
Segundo documentos apresentados por Julio, os trabalhadores receberam apenas um contrato feito à mão com a promessa de que teriam o salário. Neste documento, feito no dia 19 de janeiro, o proprietário da empresa, Irineu da Silva Neto, se compromete a fazer os pagamentos de janeiro. Os salários variavam entre R$ 840 e R$ 1,5 mil.
Por causa da paralisação, o morador diz que a população também corre riscos. “Existem caixas abertas de concreto com água, que atraem a infestação do mosquito da dengue.” Ele afirma também, que trabalhadores lotados na obra de Barra do Bugres e Cáceres estão passando pela mesma situação e as unidades escolares estão em processo lento de construção.
Outro lado
O setor de estrutura escolar da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informa que a empresa Holos será notificada na próxima terça-feira (22) por um fiscal, pois já foi alertada verbalmente do atraso. Ela terá 5 dias para retomar a obra, sob pena de ter a licitação suspensa. Desde o início da obra, um repasse de R$ 140 mil foi feito em 3 de dezembro para custeio da obra. Sobre as unidades de Barra do Bugres e Cáceres, Seduc diz que elas serão vistoriadas.
O gerente da Holos Engenharia, José de Arruda, garante que todas obras estão em andamento. “Ficamos parados 10 em janeiro, mas foi por causa da chuva e todos os salários estão em dia.” Com relação aos contratos feitos com trabalhadores disse não ter conhecimento e que somente o proprietário da construtora, Irineu, poderia responder sobre o assunto. Porém, não foi encontrado pela reportagem. 125 escolas estão em construção no Estado, sendo 68em área indígena.