Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso decidiram em assembleia, esta tarde, pelo fortalecimento da greve para que sejam reaberta as negociações com o Governo Federal. De acordo com informes oficiais do Governo Federal, as categorias teriam até o fim do mês de agosto para entrar em acordo ou ficariam sem o reajuste salarial. A justificativa é a de que o envio do Orçamento da União ao Congresso Nacional seria até hoje (31).
De acordo com o professor Tomás Boaventura, que representou a UFMT nas reuniões do Comando Nacional em Brasília por duas semanas, essa preocupação já estava sendo debatida. “Nós desmistificamos essa questão e chegamos a conclusão que quem faz o tempo do nosso movimento somos nós, e não o governo”, explicou. “Além disso, as ameaças são apenas para tentar nos enfraquecer”.
A opinião dos docentes reunidos em Brasília foi endossada pela maioria dos presentes na Assembleia. O professor Antônio Carlos Maximo lembrou que o Congresso pode alterar totalmente o orçamento enviado pelo governo, pode remanejá-lo, e fazer adequações até março de 2013. “Fazendo as contas do impacto da contraproposta dos docentes ao Governo sabemos que o gasto seria de cerca de 5 bilhões a mais em relação ao acordo assinado contra nossa vontade pelo sindicato paralelo”, disse. “Isso não representa nada em relação ao total do orçamento, e, além disso, o gasto não é imediato”.
A estratégia aprovada pelos docentes para forçar o Governo a reabrir as negociações foi a pressão nos parlamentares. Em debate realizado na última segunda-feira, os membros da bancada federal de Mato Grosso se manifestou apoiando o movimento grevista. Oito parlamentares já assinaram um documento oficial em apoio à greve e os três restantes se comprometeram a assinar na próxima segunda-feira.
Conforme Só Notícias informou, duas propostas foram feitas pelo governo à categoria, ambas rejeitadas. A última, prevê reajustes entre 25% e 40% para todos os professores, além de antecipação da data para entrar em vigor. Mesmo com a rejeição da categoria, o governo federal anunciou que ela seria enviada ao Congresso Nacional para votação e aprovação.
Dados do comando de greve apontam que 52 instituições de ensino superior continuam com as atividades paralisadas.