Até sexta-feira (31) educadores do Centro Oeste discutem, em Cuiabá, a implantação das propostas políticas para a Educação Infantil e as formas de subsidiar outras, que garantam o acesso das crianças de 0 a 5 anos à educação. A discussão, promovida pelo Movimento Interfóruns de Educação Infantil da região Centro Oeste, em parceria com Secretaria de Estado de Educação, integra as propostas do IV Encontro Regional do Mieib e Seminário Estadual de Educação Infantil.
Dados apresentados pela representante do Mieib Centro Oeste, Mariete Félix Rosa, mostram a desigualdade da educação infantil no Brasil. Do total de crianças de 0 a 3 anos no país, apenas 18,4% têm acesso à educação. Na faixa de 4 a 6 anos, a inclusão é de 81,3%. "Se segmentarmos o acesso por renda, campo e cidade e regiões do país, a desigualdade é ainda maior", destaca. De acordo com a asessoria, esses dados só serão revertidos com as políticas inseridas no Plano Nacional de Educação, que prevê financiamento obrigatório para a pré escola a partir de 2016, com cobertura de 50% de atendimento em creches até o último ano de vigor do PNE, em 2023, prevendo a construção de 39 mil unidades de educação infantil. A estimativa do Ministério da Educação é de que nos próximos quatro anos sejam construídas pelo menos 6 mil.
O presidente do Conselho Estadual de Educação, Agnaldo Garrido, cita que com a articulação do Movimento Interfóruns inicia-se no país a inserção da Educação Infantil como Política Pública e não como ação benevolente para o atendimento a esse público. Somado a isso, destaca o Plano Nacional de Educação que, segundo ele, traça objetivos, metas e financiamento para a educação infantil.
O secretário de Educação do Estado, Ságuas Moraes, compareceu ao evento e fortaleceu o apoio da Educação Estadual por acreditar que essa é a idade mais importante da vida, para a formação, no desenvolvimento psicossocial e motor da pessoa. "Como secretário de Educação e médico pediatra, acredito ser a infância a melhor fase da vida, e a Educação irá apoiar, não com financiamento, pois isso cabe aos municípios, mas com formação e orientação", disse.
O evento discutirá ainda temas como política de formação profissional, infraestrutura necessária, atendimento em período integral e articulação com outros programas para fomentar a educação infantil.