Os trabalhadores da rede pública municipal de ensino de Várzea Grande fizeram hoje de manhã uma caminhada para protestar contra o descaso por parte do poder público no setor. O manifesto foi organizado pela subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) de Várzea Grande. "Essa é uma paralisação de advertência para que o poder público saiba que estamos cientes das mazelas que acontecem com os profissionais da Educação aqui, em Várzea Grande", disse o presidente do Sintep, Gilmar Soares Ferreira.
A presidente da subsede do Sintep Várzea Grande, Maria Aparecida Cortez, afirma que o município não paga o piso salarial dos trabalhadores e que não respeita o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). "Não há respeito à hora atividade, por exemplo. A lei diz que um terço da jornada de trabalho deve ser para horas de trabalho pedagógico, e isso não é respeitado aqui no município", pontuou.
Durante o protesto, os trabalhadores distribuíram uma nota pública que descreve a forma como a campanha salarial de 2012 da categoria. O documento diz que o município aprovou uma lei vergonhosa de revisão salarial que faz com que o piso salarial não seja cumprido.
A lei em questão estabelece salário para professor de nível médio de R$ 906,87 e para os funcionários da Educação de R$ 694,38. Os dois salários passarão a valer a partir de junho deste ano. A lei não é retroativa a janeiro, como deveria ser, e não corrige as defasagens salariais acumuladas pelo não cumprimento do valor integral do piso para jornada prevista no Plano de Carreira.
"Diante de tudo isso, podemos afirma que os professores de Várzea Grande estão trabalhando de graça para a Prefeitura", critica Gilmar Ferreira.
Com faixas e cartazes, os profissionais se reuniram na praça Gláucia Garcia (conhecida como Praça da Todimo), no centro de Várzea Grande, e seguiram em passeata pela avenida Couto Magalhães até chegar à Praça Nossa Senhora do Carmo.