A educação no campo foi discutida, esta manhã, entre o secretário estadual de Educação, Ságuas Moraes, e uma comissão de representantes do MST, que participam em Cuiabá do movimento ‘Abril Vermelho". Uma pauta de reinvindicações foi apresentada à Seduc e cada um dos itens debatido. "O campo necessita desse olhar diferenciado o que possibilita o atendimento as especificidades. Temos uma equipe com muita clareza para atuar. Em cada região, em cada assentamento, a gente discute o trabalho dentro de nossa matriz curricular para que possamos fortalecer o processo", destaca Moraes.
A Secretaria, em parceria com movimentos sociais, promoverá este ano dois encontros formativos destinados aos educadores que atuam no campo. Ampliações, a instalação de novas unidades, a formação pedagógica dos profissionais, até mesmo a instalação de um campus do Instituto Federal de Educação (IFMT) foram alguns dos tópicos elencados em uma pauta de reinvindicações.
A comissão abordou ainda, a necessidade da construção de duas unidades escolares, denominadas Dorothy Stang e Florestan Fernandes, no município de Claudia. O secretário de Educação pontuou que solicitou ao MEC a construção das escolas, no entanto, como não existe a demarcação dos lotes e da área social do assentamento, estão aguardando a liberação.
Outro ponto tratado foi a realização de concurso público construído conjuntamente com os movimentos sociais para o atendimento da demanda do campo. Conforme explicação do secretário, a Constituição Federal estabelece um modelo para realização de concurso e as experiências adotadas de forma distinta são questionadas junto ao STF.
O diretor estadual do MST, Girandir Vieira dos Santos, pontuou que a Seduc mantém um amplo diálogo com o movimento, o que já possibilitou avanços na educação. No entanto, pondera que o excesso de burocracia termina por travar o desenvolvimento. ‘Os processos são lentos. Entendo que exista toda um trabalho sendo feito, mas ainda temos muito a caminhar para a resolução de todas das demandas".
A resposta a cada uma das pautas debatidas será transcrita em documento e entregue ao MST. Para o gerente da educação no campo, Rui Leonardo Silveira, "muitos encaminhamentos já foram realizados de forma coletiva. E temos um trabalho coletivo junto às escolas em assentamentos com a proposta de orientação curricular específica. Teremos em junho e setembro dois encontros formativos.
Números
Mato Grosso possui hoje 167 escolas do campo (sendo que 36 delas estão em zona urbana, mas possuem salas de aulas anexas), atendendo a 41 mil estudantes (sendo 21 mil atendidos pelo Ensino Fundamental e outros 18 no Ensino Médio).