Os acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Sinop, decidiram, em assembleia, ontem à noite, manter a greve iniciada na segunda-feira (22). Os estudantes permanecem bloqueando a entrada principal com pneus e pedaços de madeira. Ficou definido que o movimento deve durar até sexta-feira (26), quando haverá nova assembleia para decidir se o protesto continua. Enquanto isso, os alunos não assistem aulas nem fazem provas.
A reitora Maria Lúcia Cavalli Neder esteve em Sinop, se reuniu com acadêmicos, debateu as reivindicações. No entanto, ela disse que, para resolver as questões apontadas, é preciso que Ministério da Educação (MEC) libere recursos.
O pró-reitor do campus, Marco Antônio de Araújo Pinto, disse, ao Só Notícias, que as pautas já foram protocoladas no ministério há dois anos e, para atendê-las, o orçamento ultrapassaria os R$ 50 milhões, recurso que não estaria disponível neste momento.
Conforme Só Notícias já informou, os estudantes querem aquisição de equipamentos para o hospital veterinário e funcionamento imediato, bem como dos blocos de farmácia; construção de um centro de vivência e a disponibilização de um centro provisório até que o permanente fique pronto; construção de um complexo esportivo; ampliação da biblioteca; funcionamento do restaurante universitário; construção de uma guarita e mais segurança; criação do conselho máximo do campus; estruturação; unificação da fazenda experimental e legalização do fotocópia.
Também são exigidos concursos imediatos para contratação de novos professores; reformulação da resolução 158 do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão, que aumenta em quatro horas a carga horária dos docentes. Os estudantes apontam que os professores já estão sobrecarregados e essa resolução inviabiliza ainda mais o desenvolvimento de pesquisa e extensão e suprime o tempo que os mesmos utilizavam para atender os alunos.
Em março, o Diretório Central dos Estudantes fez um movimento pacífico para demonstrar a insatisfação dos estudantes quanto a falta de espaço destinado à leitura e estudos extra classe, assim como a falta de computadores com livre acesso. Eles cobraram a ampliação da biblioteca, mais mesas, mais computadores com internet e aumento do acervo bibliográfico.
A UFMT Sinop tem cerca de três mil acadêmicos nos cursos Agronomia, Enfermagem, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia Florestal, Farmácia, Medicina Veterinária, Zootecnia, Licenciatura em Ciências da Natureza, com ênfase em Física, Matemática e Química.