A partir dessa segunda-feira (13) mais de 36 mil alunos estarão sem aulas por tempo indeterminado no Estado por causa da greve dos servidores em cinco cidades. Entre as principais reivindicações está a adequação dos salários e a falta de estrutura básica nas unidades. O último município em que os servidores optaram pela greve foi Várzea Grande, que inicia a parasilação amanhã.
Desde a paralisação nacional em abril, os servidores municipais começaram a se organizar e enviar suas pautas de reivindicações para as prefeituras. Sem um consenso entre servidores e gestores, além de Várzea Grande, Colniza, Curvelândia, Jangada e Sinop também estão sem aulas na maioria das escolas.
Em Sinop, a greve começou no último dia 22 de abril e nas 3 semanas de paralisação 1,4 mil servidores estão sem trabalhar nas 33 escolas do município. Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), Sidnei Oliveira Cardoso, as creches estão funcionando com estagiários e bolsistas que não são capacitados para assumir a responsabilidade das salas de educação infantil.
A greve em Curvelândia paralisou uma creche, duas escolas e duas extensões rurais, onde 700 alunos estão sem aulas. Na quinta-feira (9) os servidores realizaram um ato em frente à prefeitura e durante a tarde foram recebidos pelo prefeito Mauri Souza da Silva em uma audiência, porém, não houve acordo e a paralisação que teve início no dia 2 de maio continua. O presidente do Sintep na cidade, Edmilson José Ferreira, afirma que o sindicato fez um levantamento das verbas da Secretaria de Educação do município e constatou que há condições de pagar o reajuste.
Colniza também passa por uma situação semelhante. Sem trabalhar desde 22 de abril, os servidores da educação do município afirmam que o prazo proposto de 120 dias para o início do pagamento do reajuste salarial não atende às necessidades da categoria. “Além dos baixos salários enfrentamos péssimas condições de trabalho, a categoria está desesperada”, afirma o diretor regional do Sintep, Manoel de Souza.
Em Jangada as três escolas estão em greve, o que afeta 460 alunos e cerca de 45 servidores. A última proposta enviada pela prefeitura foi rejeitada em assembleia na quinta-feira (9) e o movimento vai para a terceira semana de paralisação.
A paralisação dos servidores de Várzea Grande tem início com um ato público em frente à Secretaria Municipal de Educação às 8 horas desta segunda-feira e deixa sem aula 22 mil alunos. Para o presidente do Sintep no município, os servidores são tratados com desrespeito, pois desde a entrega da pauta de reivindicações em janeiro não chamou a categoria para uma audiência.
Outro lado
O secretário de Educação de Sinop, Raimundo Edvaldo Costa, informou que está aberto a negociações, mas que não há verba para o pagamento do salário pedido pela categoria. A Secretaria Municipal de Educação de Colniza afirma que o prefeito João Assis Ramos está em negociação com a categoria. O secretário de Educação de Jangada, Dejacir da Costa Almeida, afirmou que espera uma contraproposta da categoria e que é necessário um prazo para que seja reformulado o plano de carreiras e salários.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação de Várzea Grande diz que das 13 pautas de reivindicação apresentadas em janeiro, 10 já foram atendidas e que está sendo feito o possível para resolver os impasses com a categoria. A secretária de Educação de Curvelândia afirma que a prefeitura não tem condições de pagar o aumento pedido pelos servidores e que espera que a paralisação termine.