O professor da Universidade do Estado de Mato Grosso, Alcione Lescano de Souza Júnior, descobriu que o óleo de peixe pode tornar o coração mais resistente ao infarto do miocárdio. Ele fez esta conclusão em sua tese de doutorado e sua descoberta foi parar na revista “Saúde”, da editora Abril, com destaque na capa da publicação do mês de maio.
Alcione é professor de Fisiologia e Fisiopatologia do curso de Enfermagem da Unemat há oito anos. De acordo com ele, a tese buscou resposta para a pergunta: “Como seria o comportamento do infarto agudo do miocárdio em uma situação de suplementação prévia com óleo de peixe que é fonte de ácidos graxos ômega 3?”. O projeto utilizou ratos de laboratório como cobaias que receberam óleo de soja, água e sal ou óleo de peixe por 20 dias. Souza Júnior observou que: “O grupo do óleo de peixe apresentou uma área de infarto 23% menor em relação aos outros animais”.
Ainda houve uma perda inferior das células que ajudam a bombear o sangue. “E, nesse contexto, o risco de morte cai”, explicou Souza Júnior que também afirmou que o efeito observado, das células com mais energia, reduziriam as possíveis complicações no caso de uma cirurgia cardíaca.
“O óleo de peixe pré-condiciona o coração a ser mais resistente a falta de oxigênio e este efeito acontece em curto período de suplementação, 20 dias. A suplementação poderá servir para proteger o coração de pessoas que passarão por cirurgia cardíaca, quando falta oxigênio temporariamente para o órgão. Mas ressalto que os efeitos observados no meu trabalho devem ser testados em humanos sob todos os critérios de segurança e ética para o uso da suplementação com a finalidade de blindagem do coração com óleo de peixe”, advertiu o pesquisador.