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Cultura afro-brasileira é ensinada em escola da capital há doze anos

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Os alunos da escola estadual Dione Augusta Silva Souza, em Cuiabá, foram acolhidos de forma diferente, hoje. Telas, grafites e outros itens que remetiam a cultura africana e afro-brasileira estavam espalhados pela unidade. As intervenções no espaço escolar compõem a programação do projeto “Nossas raízes africanas: Rediscutindo as relações étnico-raciais em sala de aula” alusivo ao dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

A recepção não foi novidade para os 1,2 mil estudantes do Ensino Médio Inovador da unidade, que realiza aços informativas e educativas de combate ao racismo e de valorização da cultura afro há 12 anos. O projeto começou por iniciativa da professora Isabel Pereira Campos Filha, que morou na comunidade Mata Cavalo antes de lecionar língua portuguesa e inglesa na unidade.

“Assim que comecei na escola Dione percebi que os estudantes com sobrenome de origem europeia se orgulhavam em falar do significado e da herança cultural da família. Mas não percebia o mesmo interesse dos alunos negros sobre a descendência. Percebi que ainda na escola o negro era associado a coisas ruins”.

A partir daí Isabel se uniu a outros professores e no decorrer dos anos o projeto recebeu mais atenção da comunidade escolar. Os alunos de várias turmas visitaram os quilombos de Mato Grosso e os aspectos dessa cultura eram trabalhados em sala de aula. Hoje, a professora trabalha a história da abolição da escravidão e de personalidades negras na cultura brasileira e de língua inglesa, como Nelson Mandela, Martin Luther King, Pelé e Maria Taquara.

Exemplos dos trabalhos desenvolvidos durante o ano letivo estavam expostos. A banda e o corpo de percussão da escola Dione uniram samba, baião e capoeira. As jovens, parte do corpo coreográfico da banda, apresentaram a música Gana Yesce, cantada em língua Zulu do Congo. Entre as telas dos artistas plásticos Regis Gomes e Adriano Silva que retratam o cotidiano da cultura afro em Cuiabá e retratos de personalidades negras locais, como Jejé de Oyá, serão apresentados durante a semana, ilustrações dos estudantes inspiradas no cotidiano escolar e cultura africana.

O projeto de desenho e grafite com os jovens é desenvolvido pela parceria entre as disciplinas de arte e filosofia, em consonância com o a matriz curricular do Ensino Médio Inovador (EMI). Durante as aulas, os alunos também podem desenhar os personagens favoritos. “Descobri que os alunos tinham pouco interesse nas aulas de filosofia, e muitos desenhavam durante o período. Olhando os trabalhos, percebi as habilidades nesses estudantes”, conta o professor de filosofia Irzair Ciro.

Assim, o professor passou a trabalhar de forma didática a pintura e a filosofia. Para trabalhar o aluno como protagonista no processo de aprendizagem ele pediu aos alunos que desenhassem além e personalidades negras, o cotidiano escolar.

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