Professores e demais profissionais da educação de Mato Grosso permanecem em estado de greve, conforme decisão aprovada em assembleia geral, hoje, na Escola Estadual Presidente Médico. A categoria também definiu por um calendário de mobilização para tentar receber a diferença dos 3,11% do reajuste inflacionário anual, no mês de setembro.
No Estado, cerca de 36 mil servidores atuam em 746 unidades da rede estadual, que atendem a 750 mil alunos. De acordo com Henrique Lopes do Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público do Estado (Sintep/MT), durante os oito meses do governo Pedro Taques, foram registrados consecutivos 'ataques' a direitos históricos dos profissionais da educação.
Um deles, aponta o sindicalista, é o parcelamento do reajuste inflacionário anual, no valor total de 6,22%. O governo quitou 3,11% na folha de maio e, 3,11%, ficou para novembro junto ao pagamento das diferenças acumuladas em janeiro de 2016.
O professor Wellinton Sousa, da Escola Estadual Maria Leite Marcoski, lamenta que o governo não esteja respeitando a categoria, pois não abriu diálogo com os professores para fazer o parcelamento da dívida. "Foi para a imprensa e disse que já estava tudo acordado com a classe, e não foi isso que aconteceu. Não somos a favor da greve, porque neste momento irá prejudicar todo o andamento do ensino, então a melhor coisa a se fazer e dar continuidade ao trabalho. Pedimos ao governo que nos escute, porque sem o professor nenhum aluno poderá finalizar os seus estudos", declarou.
Henrique ressalta que outro questionamento feito pela classe, é sobre a aprovação da Lei n. 10.289/2015, alterando o Plano Estadual de Educação, que é o PEE 2014-2024, sem debater com a sociedade e negando os princípios de gestão democrática, garantidos na Lei n. 7040/98.
Além disso, os profissionais querem ainda um piso salarial de R$ 1.958 mil e melhorias estruturais nas escolas, em contrapartida melhorando as condições de trabalho. Eles querem ainda que seja feito e definido uma data para o concurso público para educação.
Outro lado- De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso (Seduc), o governo mantém a proposta de pagar os outros 3,11% em novembro e os retroativos dos funcionários efetivos em janeiro de 2016. Já os funcionários contratados, o governo irá fazer o repasse dos retroativos em dezembro de 2015.