Desde o dia 13 de dezembro uma equipe da Secretaria de Estado de Saúde está no município de Paranatinga, situado na região Sul do Estado (a 373 quilômetros de Cuiabá) desenvolvendo ações de combate à dengue. Números da Superintendência de Saúde Coletiva da Saúde (Susac), obtidos por meio da Coordenadoria de Vigilância Ambiental, revelaram 373 casos notificados da doença. Desses, 156 foram confirmados como sendo de dengue clássica, seis casos mostraram ser de complicações da dengue e quatro casos foram confirmados como dengue hemorrágica. Outras 83 ocorrências notificadas estão sendo submetidas a exames laboratoriais.
Os números apresentados foram o ponto de desencadeamento de uma ação dirigida ao município que contou com borrifação mais acentuada que a costumeira (costal e fumacê). No município foi utilizada a borrifação Ultra-Baixo-Volume (UBV), mais conhecida como nebulização espacial. A equipe da Saúde ficará no município até o dia 31 de dezembro na ação de controle à dengue.
Comentando o trabalho da equipe, que é composta de um biólogo coordenador, três motoristas e um mecânico, o secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, disse que “a Saúde está atenta aos índices epidemiológicos, principalmente nesta época de chuvas intensas. A preocupação é não deixar as doenças epidemiológicas proliferarem e dar atenção às populações que moram em áreas ribeirinhas, desasssistidas em saúde. No momento em que a Secretaria estava desenvolvendo a ação da dengue ocorreu, neste último final de semana, a enchente, o que dispendeu concentração de esforços em manter a população informada sobre os cuidados com a saúde, dispensação de medicamentos e provavelmente ações de vacinação necessárias nesses casos”.
A metodologia de trabalho usada pela equipe Vigilância Ambiental no combate à dengue, segundo a coordenadora, Vera Lúcia Dias Lopes, foi a do método de quatro ciclos. “Primeiro é feita a nebulaziação UBV em toda a cidade, durante um período de três dias, parando um para dar manutenção aos equipamentos, após o que é feita a nebulização por mais três dias, completando o primeiro ciclo. O mesmo processo é repetido mais três vezes. O que possibilita matar os mosquitos, os ovos e as larvas Aedes Aegypti”, explicou.
As chuvas que caíram neste final de semana, provocando uma enchente no município exigiu da equipe da Saúde mais atenção na ação da dengue e, ao mesmo tempo, vem servindo de apoio aos trabalhos da Defesa Civil. “Estamos intensificando as ações alargando nossa atuação para dar orientação de combate à malária e à leptospirose, ajudando a orientar a população sobre o sistema correto para o armazenamento correto da água e desinfecção das casas”, disse Vera Dias.
O secretário Augustinho Moro ressaltou que, para a Saúde, essa é uma ação de atendimento natural a demandas emergenciais. “Os Escritórios Regionais de Saúde estão atentos para as varias regiões do Estado que necessitarem de apoio emergencial, aptos para dar suporte às demandas da Defesa Civil e dos municípios que, porventura sofram situações de enchentes onde couber a assistência médica, farmacêutica e de imunização. No caso específico de Paranatinga o Estado já estava presente na ação de combate a dengue dias antes da enchente e esta ação será intensificada até que acabe o período de emergência”, explicou.
DICAS – A equipe da Saúde, em parceria com a Defesa Civil e a Rádio Educativa, da Paranatinga, está alertando a população sobre os riscos que uma enchente da proporção da que acometeu o município pode ocasionar. As dicas se aplicam aos cuidados de saúde no combate da dengue, da malária e da leptospirose.
Nas enchentes o sistema doméstico de armazenamento de água pode ser contaminado. Por isso é preciso limpar e desinfectar os reservatórios. Isso deve ser feito mesmo quando não são atingidos diretamente pela água da enchente. A rede de distribuição de água pode apresentar vazamentos que permitem a entrada de água poluída, contaminando os reservatórios.
Permaneça o menor tempo possível em contato com as águas de enchentes. Se isso for impossível, proteja as mãos e os pés com luvas e botas ou sacos plásticos amarrados.
A lama das enchentes tem alto poder infectante. Nessas ocasiões ela adere aos móveis, paredes e chão. Recomenda-se tirar essa lama. Proteja-se com luvas e botas de borrachas ou, de novo, com sacos plásticos amarrados nas mãos e nos pés. Lave e desinfete o local com água sanitária. Evite que as crianças brinquem com lama e águas de enchentes.
Mantenha os alimentos acondicionados, longe do alcance de roedores, insetos e outros animais. Lave as mãos antes de manipular os alimentos.