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Lucas do Rio Verde não registrou casos de malária este ano

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A Secretaria Municipal de Saúde de Lucas do Rio Verde está trabalhando intensamente nas ações de combate e prevenção à mosquitos transmissores de doenças. Segundo o secretário Municipal de Saúde, Marcio Pandolfi, os resultados têm sido tão positivos que neste primeiro semestre do ano nenhum caso de malária foi registrado no município.

“Felizmente não tivemos incomodo com a malária neste ano. Nenhum caso foi registrado e o que me parece é que por enquanto estamos livres desta doença”, disse ao Só Notícias. Atualmente a equipe de endemias, cerca de 22 agentes comunitários de saúde, está fazendo a pulverização de venenos nas áreas onde podem apresentar criadouros do mosquito transmissor da malária, como por exemplo, uma reserva de mata fechada, situada no centro da cidade, com 96 hectares e as margens do rio Verde, que fica a cerca de 2km da área urbana.

“Essa pulverização é feita durante todo o ano. Além do mosquito da malária também trabalhamos para combater o da dengue, já que esse sim foi motivo de preocupação para a secretaria”, acrescenta Marcio. Só Notícias apurou que a média anual de casos de dengue registrados no município nunca ultrapassou 10 e que este ano foram mais de 100.

A doença
A malária é uma doença infecciosa, potencialmente grave, causada por parasitas (protozoários do gênero Plasmodium), que são transmitidos de uma pessoa para outra pela picada das fêmeas do mosquito Anopheles. Sua transmissão é mais comum em áreas rurais e semi-rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas principalmente na periferia. Os mosquitos costumam picar durante a noite, do crepúsculo ao amanhecer e, geralmente, no interior das habitações.

Cerca de 40% da população mundial vive em áreas com risco de transmissão de malária, resultando em não menos que 300 milhões de pessoas infectadas no mundo a cada ano. No início do século vinte, a malária ocorria praticamente em todo o território brasileiro. Na década de 40 eram estimados cerca de 8 milhões de casos por ano. As medidas de controle, incluindo o uso de DDT, fizeram com que o número fosse reduzido, chegando a 50 mil em 1970. A partir de então, em razão da descoberta de ouro e dos projetos de desenvolvimento que levaram à ocupação desordenada da Região Amazônica, o número de casos subiu progressivamente. Em 1999 foram registrados 630.747 mil casos de malária.

Não existem vacinas disponíveis contra a malária. A prevenção é que quando uma pessoa entra na área de risco, deve estar usando calças e camisas de manga comprida, e repelentes contra insetos à base de DEET nas roupas e no corpo. Além disso, deve procurar locais que disponham de ar-condicionado, com telas protetoras contra mosquitos, ou utilizar mosquiteiros impregnados com permetrina e inseticida em aerosol nos locais onde for dormir. O uso de medicamentos (quimioprofilaxia) está indicado para pessoas que se dirigem para áreas de transmissão, principalmente se vão ficar sem acesso aos serviços de saúde.

O desenvolvimento das manifestações da malária, em geral, ocorre entre 9 e 40 dias (período de incubação) após a picada de um mosquito infectado. Podem, no entanto, surgir meses ou, eventualmente anos, depois da saída de uma área de transmissão de malária. As manifestações iniciais são febre, sensação de mal estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço e calafrios. Nas fases iniciais, é comum que a doença seja erroneamente diagnosticada como virose respiratória, “gripe”.

Diversos medicamentos estão disponíveis para o tratamento da malária, que pode ser tratada com sucesso, especialmente se a terapêutica for iniciada precocemente. Entretanto, o retardo do tratamento pode ter conseqüências graves. Se não for prontamente tratada, pode evoluir com anemia, icterícia (olhos amarelados, semelhante a hepatite e a leptospirose), funcionamento inadequado de órgãos vitais (rins, pulmões e cérebro) e até levar a morte. Grávidas e crianças estão sob risco maior de desenvolver formas graves de malária.

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