Mesmo com o final do período de chuvas, a Secretaria de Saúde de Lucas do Rio Verde não tem dado trégua no combate ao mosquito transmissor da dengue. A preocupação é justificável: este ano já foram comprovados mais de 30 casos de contaminação e existem mais de 200 pessoas com suspeita de terem contraído a doença, dados inaceitáveis para o município que em 2001 recebeu um prêmio nacional pelo excelente trabalho desenvolvido no setor e em 2002 serviu de modelo para a campanha de uma emissora de tevê da Capital.
Diariamente, auxiliados por equipes de outras secretarias, os 20 agentes da Vigilância Epidemiológica desenvolvem ações para evitar que a situação fuja de controle. Além dos arrastões e notificações para a limpeza de terrenos baldios, as residências são fiscalizadas e qualquer foco é imediatamente eliminado.
Conforme a coordenadora dos agentes de saúde ambiental, Míriam Campos, como em anos anteriores, o trabalho preventivo foi desenvolvido desde o início do período chuvoso, mas a falta de colaboração por parte de alguns moradores permitiu a proliferação da ameaça. “Acredito que o baixo número de casos levou a esse descuido e despreocupação com a gravidade do problema”, avalia, destacando que não houve confirmação de nenhum caso de dengue hemorrágica.
O crescimento dos índices de infestação levou até mesmo à aplicação do fumacê em determinado momento, “mas a técnica não estava dando o resultado esperado e foi substituída com êxito pelo UBV (ultrabaixo volume) costal a frio nos períodos entre as 4 horas e 6 horas da manhã e das 18 horas às 21 horas”, explica o inspetor de campo Eronides Alves da Conceição.
Nos últimos dias, as panfletagens nas principais vias públicas intensificaram a campanha de conscientização e funcionários do setor de Serviços Urbanos percorreram várias áreas mais afastadas para jogar cal em valetas e pontos de acumulação de água. Os bairros Veneza, Centro e Rio Verde têm apresentado os maiores índices de incidência de larvas do mosquito. “O Centro tem uma concentração ainda maior em virtude da falta de limpeza de calhas”, adverte a coordenadora.