A instalação, por parte do Governo do Estado de Mato Grosso, de 289 novas UTIs em todo o Estado, com previsão de instalação de mais 10 unidades, no município de Sinop, para o mês de maio, vem resolvendo um dos mais sérios problemas de Saúde no Estado. Visando o melhoramento nesse setor a Secretaria de Estado de Saúde está investindo e inovando na capacitação dos profissionais que atuam na área de medicina intensiva em Mato Grosso. A coordenadora de Cursos da Sociedade Mato-grossense de Terapia Intensiva (Somat), Dilza Antônia da Costa, anunciou que Mato Grosso realiza o primeiro curso de Pós-graduação Lato Sensu em Medicina Intensiva no país, com este nível de especialização. A abertura solene do curso, que atenderá a 40 médicos de Cuiabá e de municípios do interior do Estado, será na sexta-feira (08.04), às sete horas da noite, no auditório da Escola de Saúde Pública (ESP), no bairro Coophema.
O curso é desenvolvido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), por meio de sua coordenação regional, a Sociedade Mato-grossense de Terapia Intensiva (Somat). De acordo com o médico supervisor do Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso, Sidney Munhoz Júnior, a especialização se faz necessária devido ao grande investimento que a Saúde vem fazendo na área de terapia intensiva com a criação de novos leitos de UTIs e a entrega de equipamentos de média e alta complexidade. “A criação deste curso propiciará melhor prática profissional da medicina intensiva e vai dar condições de se criar multiplicadores em todo o Estado, pois os médicos participantes têm o compromisso de repassar aos colegas os conhecimentos que serão adquiridos”, comentou Sidney. Dilza Antonia da Costa lembrou que o curso vai capacitar profissionais para adquirirem título de especialistas em medicina intensiva para preencher critérios da Portaria 3432 do Ministério da Saúde.
A realização do curso vem sendo idealizada há alguns anos e só se tornou possível devido à parceria com o Estado. “A Secretaria de Estado de Saúde se sensibilizou e percebeu a importância da realização de um curso de qualificação de médicos que atuem na área de medicina intensiva”, comentou. “O desenvolvimento e as necessidades da Medicina Intensiva necessitam da qualificação dos médicos na especialidade. Estudos mostram que a capacitação profissional trás vantagens quanto à evolução dos pacientes, ao tempo de internação e aos custos hospitalares”, completou.
Dividido em 15 módulos ministrados de um modo que facilita o deslocamento do profissional que trabalha no Interior, o curso abordará temas de grande relevância em medicina intensiva, como epidemiologia clínica, metodologia científica, bioestatística, avaliação clínica do paciente gravemente enfermo, via aérea e reanimação cardiopulmonar e cerebral, equilíbrio hidro-eletrolítico e distúrbios metabólicos, alterações endócrinas, nefrointensivismo, insuficiência respiratória e ventilação mecânica I e II, choque e monitorização hemodinâmica, terapia intensiva pediátrica e neonatal. terapia intensiva na gravidez, ética e bioética em terapia intensiva, entre outros. O primeiro módulo – cada um tem 25 horas/aula – vai de 8 a 10 de abril.
A especialização também visa fomentar o conhecimento e a prática dos preceitos éticos e humanitários da medicina intensiva, bem como formar profissionais capazes de liderar projetos associativos identificados com as necessidades sociais da comunidade onde se insere.
O curso é presidido pelo médico Cid Marcos David, coordenador da Pós-graduação em Medicina Intensiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Pós-graduação (lato sensu) em Medicina Intensiva da Universidade Veiga de Almeida e tem como coordenadora a médica Rosane Goldwasser, doutora em medicina intensiva.
A certificação será feita pela Universidade Gama Filho (UGF) do Rio de Janeiro, que segue as Normas do Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação e Desporto (MEC), de acordo com o Parecer do Conselho Nacional Educação aprovado no dia 02 de dezembro de 1998, que trata da especialização em área profissional, e a Resolução número 1 de 1º de abril de 2001, que estabelece normas para o funcionamento dos cursos de pós-graduação. Para receber o certificado, é preciso ter no mínimo 75% de presença e sete como nota mínima nas avaliações além da preparação de uma monografia sobre o curso.