Visando o fortalecimento das políticas públicas de Saúde, a Central Estadual de Transplantes juntamente com a Coordenadoria Técnica de Transplantes de Córnea realiza, no dia 1º de abril, a partir das nove horas da manhã, no Hospital de Olhos de Cuiabá, um mutirão que tem como objetivo fazer o recadastramento dos pacientes que estão da lista única para realização do transplante de córnea e ao mesmo tempo levar informação aos pacientes e usuários sobre a importância do ato de doação de órgãos.
Atualmente existem 300 pacientes que aguardam pelo transplante de córnea. “Neste dia, estaremos realizando o recadastramento dos pacientes para estar reduzindo em até 30% a fila de espera atualizando o cadastro da Central de Transplantes. Na maioria dos casos o paciente mudou de endereço ou até mesmo não tem mais interesse ou não necessita mais ser transplantado, pois já perderam a percepção da luz. Os pacientes que terão prioridade são aqueles menores de sete anos ou olho único (pacientes que enxergam de um lado só)”, disse a médica reguladora de transplantes, Adriana Borges Giampani. O término do mutirão está previsto para o meio dia.
Na ocasião, uma equipe de profissionais estará realizando consultas, exames, testes da visão e o recadastramento para agilizar o atendimento e efetivando os serviços para aqueles que necessitam do transplante de córnea. “O processo de mobilização é demorado, por isso a necessidade desses mutirões para estar conscientizando a população sobre a importância do ato e de informar sobre o papel da Central de Transplantes”,salientou Adriana Borges.
A Córnea é uma membrana que junto ao cristalino nos ajuda a focalizar um objeto. Como o cristalino, é preciso que ela seja transparente para que os raios de luz cheguem até a retina.
Dentre as doenças da visão que necessitam de transplantes são: Traumatismos Oculares (ocasionados por acidentes ocorridos no trabalho), Ceratocone (ocorrem com mais freqüência nos jovens) e as complicações de cirurgias oculares (ocorrem freqüentemente em pessoas idosas). Quando a córnea sofre um embaçamento é preciso trocá-la por outra transparente. Algumas córneas podem ser alteradas por doenças metabólicas ou por degenerações e distrofias, que são doenças de causa desconhecida.
A Central de Transplantes tem como função estimular a doação, fazer a busca ativa de potenciais doadores, abordagem, gerenciamento e estimular o credenciamento de novas equipes transplantadoras, tanto profissionais como hospitais capacitados para fazer o transplante.
Para efetivação dos serviços e na melhoria do atendimento aos usuários do Sus, profissionais das comissões intra-hospitalares estão sendo capacitados para estar atuando de forma eficaz na abordagem dos familiares das vítimas sobre a importância da doação de órgãos. Para isso, foi criada a Central de Transplantes situada no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá que foi criada com objetivo principal de captar o doador com coração parado, cuja única possibilidade de doação é da córnea e que pode ser feita até seis horas após o óbito. Os doadores em potencial de córnea são aqueles pacientes que tiveram parada cardio-respiratória ou morte encefálica.
Existem dois tipos de doadores, o vivo e o cadáver. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. O doador que já faleceu, pacientes em UTIs com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou derrame cerebral, pode doar coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão. Vale ressaltar que após a doação o corpo não fica deformado.