A primeira oficina de diagnóstico participativo para construção da Agenda 21 de Alta Floresta apontou o desmatamento e o atendimento em saúde como os dois problemas que merecem ações prioritárias na comunidade rural Estrela do Sul. A oficina, que movimentou o centro comunitário na manhã de sábado, dia 4, é a primeira de uma série de 50 que vão acontecer em todo o município.
O coordenador do projeto de Agenda 21 de Alta Floresta, Vander Freitas, diz que a comunidade Estrela do Sul foi escolhida como a primeira para realizar a oficina porque já possui uma forte mobilização social em torno das suas necessidades. Para ele, o primeiro encontro de diagnóstico atendeu aos objetivos planejados. “Essa atividade foi feliz no sentido de se fazer o exercício de construir um plano verdadeiramente participativo de gestão das questões sociais, econômicas e ambientais da cidade”, avalia.
A mobilização para a realização da oficina foi feita, principalmente, pelo Grupo de Produção e Resistência (GPR) Chico Mendes, da Pastoral da Juventude Rural. Os jovens convidaram pessoalmente todos os sitiantes da comunidade e também vão participar como monitores de outras oficinas em Alta Floresta. Na avaliação da coordenadora do GPR, Daniela Vieira Ferreti, a indicação do desmatamento como um problema sério a ser resolvido não surpreende.
“As pessoas não tinham o conhecimento necessário para preservar suas propriedades quando chegaram aqui e agora é que estão vendo as conseqüências do desmatamento. Só hoje se tem conhecimento da importância de manter as matas ciliares, as reservas legais”, analisa a jovem liderança. Para ela, a oficina da Agenda 21 serve de combustível para animar o trabalho na comunidade. “As pessoas ficam tocadas, entram em contato com vizinhos que têm coisas importantes para falar e que com quem antes não conversavam sobre esses assuntos. E se sentem provocadas e encorajadas a trabalhar porque vêem que não estão sozinhas”, reflete.
O objetivo do trabalho é mobilizar todo o município para apontar seus principais problemas e dificuldades e discutir coletivamente os caminhos e responsabilidades para resolvê-los. Durante a oficina, são levantadas características sócio-econômicas dos participantes e discutidos quais os principais problemas sociais e ambientais enfrentados pelas comunidades. Os participantes também são convidados a pensar em como será Alta Floresta daqui há 10 anos, e quais as tarefas que o poder público municipal, estadual e federal, além da própria comunidade, para que este cenário se torne real.
As Oficinas de Diagnóstico Participativo fazem parte do projeto de construção da Agenda 21 Local de Alta Floresta, executado pela prefeitura municipal com financiamento do Fundo Nacional do Meio Ambiente e apoio de entidades da sociedade civil, movimentos sociais, organizações não-governamentais e Conselho de Desenvolvimento da Amazônia Mato-Grossense (Codam).