Centenas de sinopenses foram sábado, ao posto de saúde Carlos Scholtão, em busca de orientações pra evitar câncer de pele e até identificar as suspeitas, no dia marcado como de luta contra a doença. Três dermatologistas e dois clínicos gerais fizeram atendimentos gratuitos, das 8h às 12h e a campanha, feita pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, também ocorreu em Rondonópolis, Tangará da Serra, Cuiabá e outras cidades mato-grossenses. Vários casos foram diagnosticados em Sinop e alguns pacientes já saíram dos postos com exame e cirurgias marcadas, através do Sistema Único de Saúde – SUS-.
Segunda a coordenadora da campanha em Sinop, a dermatologista Maria Cecília Bruno, foram examinadas as pessoas que apresentaram lesões na pele e feridas que não cicatrizam. Segundo ela, quem tem pele clara e permanece por muito tempo no sol, principalmente sem a devida precaução, incluindo nos horários de maior incidência (entre às 10h e 15h), ficam mais vulneráveis a doença. As pessoas que trabalham ao ar livre devem usar protetor solar, boné (ou chapéu) e camisas de mangas longas para se protegerem dos efeitos dos raios ultravioletas.
A dona de casa Dulce Beckmann foi uma das que foi atendida e recebeu encaminhamento para seu caso. “Foi detectado o câncer e vou precisar fazer a cirurgia”, revelou, ao Só Notícias, acrescentando que a campanha incentiva as pessoas a buscarem maior conhecimento sobre a doença e se prevenir.
Há vários tipos de câncer de pele. Grande parte é retirado em cirurgias e após serem feitas o acompanhamento dos médicos é fundamental já que há chances da doença voltar. A dermatologista Susana Lorenzon, que também participou da campanha, explica que em muitos casos, a pessoa pode ter câncer do mesmo tipo. ” Até 40% das pessoas tem uma segunda lesão com o passar do tempo. Então, é ideal, dependendo do tipo de câncer, que façamos o acompanhamento uma ou duas vezes ao ano e, do tempo que ela retirou a lesão”, disse.
A doença, caso não for tratada, pode levar a morte já que pode se espalhar para outros órgãos. Segundo Susana, há cânceres benignos, que não se espalham para outros lugares do corpo. Mas também, há casos mais agressivos, como o melanoma (câncer maligno). “Ele é relativamente comum. Com frequência fazemos diagnóstico aqui no município”, explicou. “É um tumor muito agressivo que pode vir sim de névos congênitos, ou seja, a pessoa nasce com aquela pinta que poderá ter uma transformação maligna”, concluiu.
A médica conclui, ensinando uma regra para detectar a doença. “Existe uma regra que a gente fala do ABCD, se ela é acimétrica, se a pintinha é diferente de um lado e do outro, se a bordinha é irregular, ou se tem cor diferente em dois lados, e todos os sinais acima de seis milimetros, devem ser retirados”, conclui.