O Estado do Mato Grosso alcançou, no ano passado, o número recorde de 154 transplantes de córnea contra 48 registrados no ano anterior. Os números do governo do estado contestam os dados divulgados no relatório “As condições de saúde ocular no Brasil 2009”, divulgado ontem (30) durante 3º Fórum Nacional de Saúde Ocular.
De acordo com a coordenadora estadual de transplantes, Fátima Melo, o principal motivo para o aumento foi a criação do banco de olhos, no dia 18 de agosto do ano passado. Em entrevista à Agência Brasil, ela explicou que isso foi uma grande conquista, uma vez que que a falta do banco era o maior problema enfrentado no estado, pois as córneas tinham que ser encaminhadas para Brasília para o processo de preservação.
“Após a implantação do banco de olhos no nosso estado, houve uma agilização maior do processo e houve esse aumento significativo nos transplantes”, afirmou.
Ainda de acordo com dados da Central de Transplantes do estado, a fila de espera por uma córnea caiu de 418 pessoas, em 2006, para 241 em 2007, número que ainda se mantém em 2008, apesar de, até outubro deste ano já terem sido realizados 147 transplantes.
“A nossa intenção é zerar essa fila o mais rápido possível. Se continuar no ritmo que estão as doações, acredito que dá para ano que vem ou daqui a uns dois anos a gente não ter mais listas, ninguém esperando por uma córnea em Mato Grosso”, disse.
De acordo com a coordenadora, a doação de córneas não é um grande problema no estado, já que a central tem quatro equipes de abordagem trabalhando nos quatro maiores hospitais, além da equipe do banco de olhos e da parceria com o Instituto Médico Legal (IML), que notifica o banco quando recebe um possível doador ainda dentro do prazo máximo das seis horas após a parada cardíaca, previsto para que os órgãos possam ser utilizados.