Com uma macroregião formada por 14 cidades do Pólo de Saúde de Sinop, entre elas Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, e com 850 novos casos de câncer anualmente, a habilitação da Fundação de Saúde Comunitária de Sinop (Hospital Santo Antônio) para atendimentos de alta complexidade – incluindo oncológicos – deve amenizar o drama de pacientes que precisam se deslocar a Cuiabá em busca de tratamento. Mesmo com o encaminhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para Sinop, onde desde 2004 é mantida uma ala especial, determinados atendimentos ainda não são feitos.
O responsável clínico, Airton Rossini, explicou ao Só Notícias, que em Sinop são feitas consultas, cirurgias na área de aparelho digestivo, mama, ginecológico, cérebro e também tratamentos complementares com quimioterapia e hormonioterapia. Por outro lado, a ausência de especialistas inibe o tratamento de linfomas (um tipo de câncer que se inicia a partir da transformação de um linfócito no sistema linfático) bem como leucemias. Radioterapia também não é disponibilizada.
O hospital tenta, há 4 anos, credenciamento nos governos federal e estadual para ampliar seus serviços, receber mais verbas e, consequentemente, aumentar a capacidade para atendimento. Entretanto, a unidade oncológica deve receber parecer favorável mediante cumprimento de normativas, desde melhorias da parte estrutural até o alvará pela Vigilância Sanitária, entre outros.
“Todo o paciente com câncer passa por triagem feita por médico em sua cidade, que encaminha o paciente e a ala de oncologia pode consultar, fazer biopsia, cirurgia, e, se for o caso, quimioterapia. Mas existem algumas situações que não temos condições de tratar como doenças hematológicas, pois falta o Ministério da Saúde nos deixar habilitado para isto”, declarou Rossini, ao Só Notícias.
Segundo o médico, 80% dos pacientes encaminhados pelo SUS para a ala de oncologia em Sinop têm seus casos resolvidos por se tratar de problemas ligados a mama, estômago, intestino, pele, cérebro e pescoço.
A diretora do Escritório Regional de Saúde, Márcia de Lara Soriano, ressalta que o hospital “tem condições favoráveis ao credenciamento” e, atualmente, serve como referência, mas deve se adequar as exigências indicadas durante vistorias do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde. Não há prazo estimado que o procedimento possa ser concluído.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) demonstram que, entre 1995 a 1999, em Mato Grosso, a maior causa de morte entre as mulheres foi o câncer de colo de útero, vitimando 13,74%. A segunda foi a doença na mama, com 11,98%. Nos homens, o câncer do pulmão provocou a morte de 14,72%. O de estômago representa 14,28%.
(Atualizada às 09:50h)