O Estado entra na Campanha Nacional de Doação de Órgãos trabalhando em várias frentes para garantir a contribuição ao êxito da campanha. Uma dessas tarefas é realizada pelas comissões inter-hospitalares que abordam os familiares de pessoas que estejam em situação de se tornarem doadores de órgãos.
A gerente em exercício da Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (CET/SES), Karin Akie Matsuoka, disse que, “quando essa abordagem é feita com êxito os órgãos doados podem ser usados para salvar várias vidas”.
Um exemplo do resultado benéfico da doação aconteceu no mês passado quando a morte encefálica de um bebê de 1,8 meses, em 27 de Agosto, resultou na doação de rins, fígado e córneas. Os rins foram doados para uso em um paciente do Rio de Janeiro, o fígado para um paciente em Minas Gerais e as córneas foram usadas aqui mesmo em Mato Grosso.
O avô do menino que faleceu, e que tomava conta da criança desde o seu nascimento, disse que “a doação de órgãos, para a família, foi a forma que encontramos de não perdermos tudo do nosso neto. Agora sabemos que, em algumas pessoas, ficaram partes dele que serviram para salvar essas vidas. A doação nos ajuda a viver com a dor da perda e, ao mesmo tempo, alivia um pouco a falta que ele nos faz pelo fato de os órgãos dele estar proporcionando a continuação das vidas de pessoas que sofriam com doenças e estavam a espera de órgãos”.
A morte de um rapaz de 19 anos, em 02 de Julho, também resultou em doação. Os rins foram doados para pacientes de Várzea Grande e Rondonópolis. O fígado foi para um paciente de Curitiba.
Outra doação resultou da morte de um rapaz de 24 anos, em 24 de Abril. Os órgãos doados foram rins, córneas, e tecido musculoesquelético. Os pacientes receptores são de Belém do Pará, Cuiabá e Curitiba.
Segundo dados da Central Estadual de Transplantes em 2008 já foram realizados 121 transplantes de Córnea e estão na lista de espera 207 pacientes. Quanto ao transplante de enxerto ósseo foi realizado um no ano de 2008. Quatro transplantes de rins, sendo 02 de doadores vivos e 02 de doadores cadáveres, foram realizados, com 609 pessoas na fila de espera.
“As doações são necessárias e contribuem para a redução da fila única nacional de pessoas que precisam de transplantes, o que sempre contempla, como os casos acima indicam, casos de Mato Grosso. A intenção é captar órgãos e levá-los para o Centro de Referência Nacional para aumentar o número de transplantes”, ressaltou Karin Matsuoka.
Hoje Mato Grosso conta com a realização de transplante renal, córnea e enxerto ósseo e recentemente recebeu o credenciamento do Ministério da Saúde para a realização de transplantes de Medula Óssea no Hospital Geral Universitário.