O Estado de Mato Grosso cumpre mais uma etapa no ciclo de capacitações para os municípios que aderiram ao Pacto Pela Saúde, e que irão assumir o Comando Único de seus sistemas no atendimento às necessidades dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O curso aplicado foi o segundo módulo de “Introdução à Epidemiologia Aplicada à Gestão em Tuberculose, Hanseníase e DST/AIDS” e aconteceu no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá. Participaram técnicos dos 14 Escritórios Regionais de Saúde e mais técnicos de 20 municípios. A carga horária foi de 40 horas.
O curso cumpriu o objetivo de capacitar os técnicos do SUS no planejamento de ações, avaliação de estratégias de controle e intervenções a serem adotadas, visando a implementação qualitativa das ações de Vigilância Epidemiológica na Hanseníase, Tuberculose e DST/AIDS.
O coordenador do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Cícero Fraga, disse que “este segundo módulo do curso veio para atualizar as técnicas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação Compulsória (Sinan), do Ministério da Saúde, o que vai melhorar a qualidade da informação e o uso dos indicadores de Saúde visando a adequação às normas do Pacto pela Saúde. Os municípios instrumentalizados agora terão acesso direto ao banco de dados do Ministério da Saúde e, ao mesmo tempo em que poderão interpretar, analisar e planejar ações de Saúde nestas áreas, à base dos indicadores do sistema”.
A técnica do Programa DST/Aids do Ministério da Saúde, Leidijane da Costa Paz, explicou que o Sinan sofreu algumas alterações que tornam o registro e o uso de informações mais funcionais e que a capacitação ministrada aos trabalhadores da Saúde, em Mato Grosso, incorporou essas mudanças.
“Mudaram os instrumentos de análise do Sistema, as ferramentas de análise foram atualizadas e foram aperfeiçoadas as variáveis de coleta. Essas mudanças, que foram incorporadas no curso, possibilitaram que testes realizados com base em informações do sistema sejam mais rápidos, tornando as decisões mais eficazes e resolutivas no enfrentamento a esses agravos”, afirmou a técnica do Ministério da Saúde.
Foram abordadas as técnicas sobre o uso do Sistema de Informação de Agravos, com atenção para a duplicidade de registros, a atualização dos dados de acompanhamento dos casos de doenças, a análise da qualidade dos dados de Hanseníase e Tuberculose, como calcular indicadores e construir gráficos e mapas e como atualizar os dados no acompanhamento de casos, dentre outras.
Cícero Fraga explicou, ainda, que as capacitações para habilitar os profissionais dos municípios do interior continuam sendo uma constante da Secretaria de Estado de Saúde. “Um exemplo disso é que já estamos com uma capacitação em Hanseníase marcada para ser realizada de 04 a 08 de Agosto, na Regional de São Felix do Araguaia, beneficiando a seis municípios. O curso será ministrado a 35 Médicos e Enfermeiros e tem como objetivo habilita-los a realizar o diagnóstico e tratamento de Hanseníase e Tuberculose, em 20 horas de treinamento”, informou o coordenador.
Em Mato Grosso foram registrados, em 2006, 3.658 casos de Hanseníase, com índice de cura de 72%. Já em 2007 foram resgistrados 3.008 casos, com cura de 69%. Cícero Fraga informou que a queda em 2007 foi causada, principalmente, pela crise nacional da falta de remédios disponibilizados pelo Ministério da Saúde o que inviabilizou aumento no índice de cura do agravo.
Em 2006 foram registrados 1.110 casos de Tuberculose. Em 2007 foram registrados 1.077 casos. Atualmente, segundo a Vigilância Epidemiológica, o índice de cura da Tuberculose está em 72,1%, sendo que a média preconizada pelo Ministério da Saúde é de 85%. A taxa de abandono do tratamento, em 2007, ficou em 6%.