Soluções para os problemas de saúde pública na região Norte foram discutidas hoje, em Sinop, em audiência pública, com o secretário estadual de Saúde, Augustinho Moro, os deputados Gilson Oliveira (que pediu a audiência), Guilherme Maluf e Carlos Azambuja, e 11 secretários de saúde. O Sistema Único de Saúde esteve no centro dos debates.
A falta de especialistas credenciados junto ao SUS para exames em especialidades como oftalmologia, neurologia, ressonância magnética, e demais, foi um dos problemas apresentados. O tempo de espera dos pacientes que é grande também foi relatado.
A diretora regional do pólo de Saúde de Peixoto de Azevedo, Ana Campos, lembrou que há casos em que pessoas precisam esperar anos para serem atendidos. “Os pacientes da regional estão na fila em busca de atendimentos em Cuiabá. Para se ter uma idéia, somente para neurologia, temos 106 aguardando e não há médicos pelo SUS”, declarou, ao Só Notícias.
Ela explica que a demanda por exames entre as cidades de Peixoto, Guarantã do Norte, Matupá, Novo Mundo e Terra Nova do Norte é alta, mas encontram dificuldades em buscar vagas nos hospitais da capital, para onde a maioria dos casos é encaminhado.
O presidente da comissão de Saúde da Assembléia, deputado Guilherme Maluf, reconheceu a carência de especialistas pelo sistema único em Mato Grosso. “Não temos profissionais para colocar, mesmo se quisermos. O que podemos fazer é buscar alternativas. Em exames com neurologistas, por exemplo, podemos capacitar clínicos nos municípios, com parceria entre os governos”, disse, ao Só Notícias.
O evento durou cerca de três horas. Entretanto, respostas conclusivas não puderam ser apresentadas. “Viemos com intuito de ouvir as demandas, necessidades, para, dentro daquilo, rever os fluxos que não estão fluindo e corrigir as falhas. As respostas muitas vezes estão no município, as gestões. Nós solicitamos que os usuários do Sistema Único iniciem os procedimentos por meio dos municípios, para buscarmos respostas”, falou Augustinho Moro.
Central de regulação de vagas
A Secretaria de Saúde estuda a criação de uma Central de Regulação de Vagas em Sinop, ampliando para cinco os pólos que contam com o serviço. Ela agilizaria o processo dos encaminhamentos para internações e cirurgias, já que os municípios precisam encaminhar pacientes até a central de Cuiabá, e esta, destiná-los a hospitais e clínicas credenciadas.
Não há confirmação de quando a CRV começa a funcionar. “Ela vai agilizar casos que estã há um ano esperando, como cirurgias de joelho, otorrinos, oftamológicas, porque desta forma o Estado priorizará as urgências e emergências de cada região”, salientou o deputado estadual Gilson de Oliveira. “Se o governo aumentar o total, e o número de hospitais credenciados e clínicas para realização de exames com certeza veremos a justiça ser feita em casos de saúde que estão emperrados”, ponderou.
Surpresa
Líderes foram pegos de surpresa durante o evento com a notícia que o Hospital Dois Pinheiros, em Sinop, não atenderá mais pacientes encaminhados pelo sistema único. O motivo não foi informado. Desta forma, o quadro de pacientes deve ser remetido ao Hospital Santo Antônio. “Vamos trabalhar agora para que as pessoas que trabalhar agora para que outra unidade credenciada possa atender a demanda”, concluiu Moro.
Leia mais:
Sinop: municípios cobram de Moro agilidade em atendimentos