A Secretaria de Estado de Saúde (SES), na vigilância de ocorrências de febre amarela silvestre (FAS) em Mato Grosso, desde o dia 28 de dezembro, editou a nota técnica 16 determinando medidas para a prevenção da doença. O superintendente em exercício de Vigilância em Saúde, Benedito Oscar Fernandes de Campos, informou que o documento foi enviado a todos os 16 Escritórios Regionais de Saúde (ERS) de Mato Grosso. “Estamos vigilantes e em alerta para ocorrências da doença .Todos os municípios já foram alertados e a nossa preocupação é com as regiões de fronteira. As unidades básicas de saúde do Estado estão abastecidas com a vacina”.
A nota determina as seguintes medidas: intensificação da vacinação seletiva contra a febre amarela, intensificação da vigilância visando detectar casos suspeitos em humanos, comunicação à classe médica para a detecção precoce de casos suspeitos de febre amarela em humanos, comunicação às Secretarias de Saúde da ocorrência de epizootias (morte de macacos) em municípios e a manutenção da cobertura vacinal atual do Estado de Mato Grosso contra a febre amarela. No ano de 2007 foi atingida a cobertura esperada, acima de 100%”, explicou Benedito Oscar.
O superintendente destacou que casos suspeitos são caracterizados em pacientes que apresentem febre aguda, de até sete dias, que sejam residentes ou que tenham visitado área de transmissão viral nos últimos 15 dias, que não tenha sido vacinado contra a febre amarela ou que não se lembre da data de sua última vacina contra a doença. Trabalhadores rurais, ecoturistas e menores de 9 meses não-vacinados estão entre os grupos mais propícios a contraírem a doença.
No início deste ano uma paciente que mora no município de Barra do Garças, Mato Grosso, visitou o Estado de Goiás, onde ocorreram epizootias de macacos (morte dos animais) com suspeita de terem sido causadas por contaminação de febre amarela silvestre e, ao retornar ao Estado, procurou a rede de saúde pública apresentando febre e outros sintomas. Benedito Oscar disse que já foi colhido material dessa paciente, para se realizar sorologia para diagnóstico da doença, dengue e outros agravos com sintomas parecidos aos apresentados pela paciente.
O material colhido para realização de sorologia referente à febre amarela silvestre foi enviado ao laboratório Evandro Chagas, que fica na capital do Pará, Belém. O resultado desses exames deve ficar pronto em torno de 15 dias quando se saberá se a paciente tem FAS, Dengue ou qualquer outra doença com sintomas parecidos.
De 1992 a 2006 o Estado de Mato Grosso apresentou 22 casos de febre amarela sendo que 13 destes casos evoluíram para óbito e 9 obtiveram a cura. Em 2007 o Estado não apresentou nenhum caso da doença. “Esses dados dizem respeito à Febre Amarela em sua forma silvestre. Mato Grosso não apresenta um caso sequer de Febre Amarela, na sua forma urbana, desde 1942”, explicou Benedito Oscar.
A Secretaria de Estado de Saúde está recomendando que todas as crianças a partir de 9 meses de idade, e que não foram vacinadas, sejam levadas à Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência para que sejam vacinadas contra a doença. Adultos que não foram vacinados nos últimos dez anos, ou que não se lembram se já foram vacinados, também devem procurar os postos de vacinação na sua cidade.
A febre amarela é uma doença infecciosa, causada pelo vírus amarílico, transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que ataca o fígado e outros órgãos dos humanos e que, se não for tratada, pode levar à morte. A única prevenção contra a doença é a vacina que está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde do Estado.
Como a forma urbana da doença foi erradicada do país em 1942 pessoas que moram em áreas silvestres, ou as que visitam essas áreas, podem contrair a febre amarela silvestre se não tiverem sido vacinados.
Os que forem vacinados contra a doença devem esperar de 10 a 15 dias após terem sido vacinados para entrar em áreas de mata. Esse tempo é o período que o organismo humano necessita para que a vacina crie anticorpos contra a doença ficando a pessoa completamente imunizada.