Os médicos dos Prontos Atendimentos de Rondonópolis (PAs), preocupados com a situação precária de atendimento à população, farão um dia de paralisação das atividades amanhã. O protesto chama a atenção da sociedade para a ausência do atendimento das reivindicações apresentadas ao prefeito Zé Carlos do Pátio e ao secretário municipal de Saúde, Valdecir Feltrin, no mês de janeiro deste ano. Os profissionais se reuniram na noite de ontem, na sede do Sindicato dos Médicos de Rondonópolis e Região Sul de Mato Grosso (Smeros), onde se decidiu por um indicativo de greve.
Os médicos, por meio de nota encaminhada à redação do Jornal A TRIBUNA, citam que os principais pedidos consistiam no pagamento das verbas trabalhistas aos médicos, pessoal de enfermagem e demais funcionários que trabalham como contratados nos PAs, já que não lhes é garantido 13º salário, férias e demais direitos trabalhistas; cursos de capacitação para todos os funcionários dos PAs; ampliação e reforma dos PAs; criação de novos postos de atendimento; entre outras reivindicações para que os serviços prestados sejam melhorados.
Os médicos repassaram, no entanto, que o ano passou e nenhuma das propostas foi atendida. “Até o 13º salário, garantido pela Lei Municipal 5.826/09, que contemplou todos os servidores municipais contratados, deixou de ser pago aos médicos e enfermeiros, únicos profissionais que foram colocados à margem da lei”, repassaram ao A TRIBUNA. “A falta de vontade por parte da administração é tamanha que já foram feitos dois requerimentos, sendo um em 25 de agosto de 2009 e outro em 20 de novembro, para que fosse viabilizado pelo menos o pagamento do 13º salário aos médicos e enfermeiros dos PAs, mas sem qualquer resposta”, acrescentaram os profissionais na nota.
O Sindicato dos Médicos reforçou que, insistindo na possibilidade de uma solução amigável, fez-se uma reunião no último dia 06 com o prefeito, sendo prometida uma solução para o caso, mas que também não foi tomada nenhuma providência para resolver o problema. A classe médica também ficou de comunicar a situação ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina. “Para que a saúde tenha realmente a melhora querida e esperada pela população, é necessário que haja a paralisação e, até mesmo greve, se o poder público continuar surdo aos apelos dos médicos e enfermeiros que dedicam sua vida na luta diária para cuidar de todos aqueles, que, no momento de sofrimento, buscam socorro nos PAs”, pontuaram.