A suspensão de consultas e cirurgias eletivas no Hospital Regional de Sorriso por parte dos médicos que atendem pacientes de 15 municípios da região, através de consórcio, pode acabar nos próximos dias. Hoje, o presidente da câmara, Hilton Polesello (PTB) reuniu-se com os secretários de Saúde de Sorriso, Ednilson de Lima Oliveira e de Vera, Lúcio Rocha Carvalho, com a diretora do Hospital Regional de Sorriso, Rejane Zen, o diretor Clínico do Hospital, Lauro Maiolino Ribeiro, e o diretor técnico do Hospital, Dr. Roberto Satoshi Yoshida para tratar do aumento salarial reivindicado pelo corpo clínico do hospital e o retorno dos serviços ambulatoriais e cirurgias eletivas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), suspensos há cerca de duas semanas. De acordo com o diretor Clínico do Hospital, os 20% reivindicados pelos médicos incidem somente sobre a complementação salarial (interiorização), que diz respeito a parte que compete aos municípios. “Havia uma situação mal esclarecida. Tinha-se um entendimento de que esses 20% iriam incidir além da complementação do consórcio, sobre valores de atividades extras que os profissionais fazem. E nesse caso, o impacto financeiro seria bem maior aos municípios”, explicou Lauro.
A diretora do HRS, Rejane Zen garantiu que o Estado está assumindo as horas-extras e que há a possibilidade de aumentar o número de cirurgias no Hospital, através de regime de plantões em fim de semana. “O que os médicos estão pleiteando é a reposição salarial de 20% somente da parte da complementação, que é realmente o que sai dos municípios. Em contrapartida o Hospital está a disposição para atender cirurgias eletivas aos sábados”, disse.
Na reunião, os secretários de Saúde se mostraram favoráveis a possibilidade de aceitar a reivindicação. “Discutimos as planilhas e vamos repassar aos demais municípios, para ver se todos os prefeitos sinalizarão de maneira favorável a esse aumento decidido aqui”, disse Ednilson. O secretário alegou que o aumento daria um incremento de 55% no valor repassado pelo município. “Foi-nos passado um aumento substancial de R$ 109 mil mensais de contribuição para R$ 169 mil, ou seja, se tornaria inviável para o município, que está com redução de arrecadação. Sendo somente 20% em cima do salário dos médicos, dará somente um impacto de 30%, aumento que pode ser absorvido pelo município”.
Logo após a reunião, o presidente da câmara e os vereadores Luis Fábio Marchioro (PDT), Leocir Faccio (PDT) e Chagas Abrantes (PR) foram ao gabinete do prefeito municipal Chicão Bedin, para colocá-lo a par das discussões. Chicão acenou positivamente ao aumento do salário dos médicos, desde que os atendimentos voltem ao normal e que o Hospital assuma a responsabilidade de ampliar o número de cirurgias e serviços prestados para a população. “Unimos esforços para buscar a solução. O município está assumindo sua responsabilidade, a partir de um acordo firmado na gestão passada. Sorriso teria a princípio um aumento de mais de R$ 60 mil por mês, e se resumirá em aproximadamente R$ 33 mil. Agora vamos nos reunir com o presidente do Consórcio, prefeito de Nova Ubiratã Osmar Rosseto e com a Comissão Técnica, que envolve representantes dos 15 municípios que compõem o Consórcio, para repassar aos demais prefeitos esse acordo”.
O prefeito disse ainda que irá se reunir sábado (11) com o fovernador em exercício, Silval Barbosa, que estará em Sorriso, para pedir que o Estado também assuma parte desse aumento, desonerando o município. O diretor Clínico do Hospital disse que a categoria fica satisfeita com o entendimento das partes sobre o impasse. “A categoria fica feliz com o aumento. Se formos atendidos retornaremos logo as atividades. A câmara deu-nos hoje uma grande ajuda”, concluiu.
Para Polesello, a discussão foi produtiva, “tínhamos entendimentos diferenciados sobre o mesmo assunto e agora alcançamos nosso objetivo”.