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Rondonópolis: cresce número de casos de AIDS em jovens e mulheres

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Apesar da redução do número de mortes e do aumento do tempo de sobrevida, a Aids continua merecendo atenção e prevenção. Ao longo das duas últimas décadas, a doença sem cura aumentou significativamente sua incidência sobre mulheres. No começo da epidemia, para cada mulher infectada havia 25 homens infectados em Rondonópolis. Hoje, de forma geral, para cada dois homens infectados com o vírus, existe uma mulher infectada. De forma assustadora, entre as mulheres jovens, essa proporção já se inverteu na cidade. Para cada homem jovem infectado com o vírus, já existe, praticamente, duas mulheres jovens infectadas. Nesse quadro, a gerente do Programa de DST/Aids e Hepatites Virais do Departamento de Ações Programáticas do Município de Rondonópolis, Cristina Pereira da Silva, externa que uma das principais preocupações das políticas de saúde pública está justamente nas mulheres jovens, que se figuram atualmente como uma população em situação de grande vulnerabilidade. No começo da epidemia a população em situação de vulnerabilidade era composta, principalmente, por homossexuais do sexo masculino e profissionais do sexo.

Analisando o avanço do vírus sobre o público feminino, de forma geral, a gerente argumenta que uma das explicações para essa inversão na proporção de infectados está no fato de a mulher procurar mais as unidades de saúde e buscar conhecer seu status sorológico. Na idade fértil, a saúde pública oferece ainda o teste anti-HIV no pré-natal, facilitando o diagnóstico. Outro fator a ser considerado, segundo Cristina, está ligado à dificuldade da mulher negociar o uso do preservativo com o parceiro, fazendo com que haja um considerável índice de contaminação no público feminino.
Apesar dessa preocupação, alguns números evidenciam que tem havido um maior uso do preservativo de forma geral. Mesmo assim, esse uso não alcança ainda um índice ideal. Nas relações sexuais, Cristina Pereira reforça que a única forma de prevenção continua sendo o uso dos preservativos. Nesse contexto, observa que o número de preservativos masculinos distribuídos na rede pública tem aumentado significativamente. Há três anos, eram distribuídos 250 mil preservativos por ano e agora são quase 600 mil unidades por ano, sem considerar a distribuição em grandes eventos, a exemplo do carnaval.

Entre os desafios da doença atualmente permanecem o estímulo ao uso dos preservativos, além do incentivo ao conhecimento do status sorológico da população sexualmente ativa, por meio do teste anti-HIV. "De forma geral, as pessoas têm acesso à informação, mas só conhecimento não é o suficiente. É preciso mudança de atitude", assegura Cristina Pereira, em relação à conscientização do uso dos preservativos. Outros desafios da rede pública estão concentrados em sensibilizar a pessoa com Aids quanto à adesão à medicação antiretroviral (coquetel), assim como reduzir o preconceito e a discriminação – ainda muito grande (veja mais nesta página). "Os portadores do vírus têm uma grande dificuldade de serem aceitos socialmente", observa.

 

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