Um sistema informatizado, oferecido pela governo federal, fez com que o setor de saúde pública de Sorriso conseguisse os melhores resultados do Estado. Segundo o secretário municipal de Saúde, Ednilson Oliveira, o programa oferece controle da aplicação dos recursos, acaba com as filas e reduz os gastos públicos. Em Mato Grosso, o município é o único que aderiu à ferramenta, que é gratuita. Oliveira receberá um prêmio no Encontro Nacional de Secretários de Saúde porque está entre os 100 gestores mais eficientes do país. Ele diz que o sucesso está ligado a muito trabalho e controle do dinheiro. Os valores antes desperdiçados foram investidos em ações de saúde preventiva e também na valorização dos funcionários. O secretário relata que por meio do sistema, as pessoas não ficam mais nas filas. Elas podem procurar o posto de saúde a qualquer hora e já saem com um papel, contendo o horário da consulta, bem como o local. O documento também tem uma senha e o médico preenche os números no sistema, via internet, para que seja controlada a produtividade dos profissionais.
Pelo computador, os gestores podem também verificar a qualidade do atendimento e a quantidade de encaminhamentos feitos por mês. Oliveira argumenta que antes, alguns médicos eram chamados de "ao, ao". O tratamento dele resumia-se em encaminhar ao especialista. Agora, quando o número extrapola a quantia considerada aceitável, ele é chamado para prestar esclarecimento.
Outra forma de controlar os gastos foi a publicação dos protocolos municipais de atendimento, tanto para exames, quanto prescrição de medicamentos. Os remédios indicados devem estar disponíveis nos postos. Qualquer prescrição fora do rol, precisa de justificativa. O controle também é importante para o tratamento, pois em qualquer unidade, os trabalhadores podem saber o histórico médico do paciente pela internet, com ajuda de qualquer documento.
Conduta – Representantes das indústrias de medicamentos foram proibidos de entrar nas unidades de saúde pública e entregarem qualquer tipo de amostra tanto para médicos quanto para pacientes. Segundo Oliveira, eles induziam a utilização dos produtos e pagavam porcentagem aos médicos, por isto todo material que estava nos postos e policlínicas foram retirados.
Vizinhos – Como Sorriso tornou-se referência em Saúde Pública, pessoas dos municípios vizinhos começaram a buscar atendimento na cidade. Para que a situação não sair do controle, o secretário vai até os gestores do local onde moram os pacientes e negocia o repasse de recursos ou prestação de serviço.