Três mil pessoas em Mato Grosso necessitam de um transplante renal, mas o Estado ainda não está habilitado para fazer esse procedimento. Todos os casos são enviados para São Paulo, estado referência no atendimento. A mãe de Thommylee de Moraes, Adriana da Silva Cruz, pretende ser a doadora do garoto. Não há previsão para a operação.
Paulete Dossena Grando, do Centro Nefrológico de Cuiabá (Cenec), destaca que o transplante de rim é muito complexo e necessita de uma equipe ampla. "Mato Grosso não tem uma quantidade de profissionais. Não é qualidade que falta, é a quantidade".
Para que o paciente possa fazer esse transplante, o Sistema Único de Saúde (SUS) paga a passagem do transplantado. O pedido deve ser solicitado à clínica onde é feito o tratamento, que encaminha ao Ministério da Saúde. "As crianças, pela nova portaria (de outubro de 2009), são prioridades".
Dossena lembra que a legislação brasileira atesta o portador de insuficiência renal crônica como um deficiente físico, por isso lhe cabe todos os direitos. "Apesar dele aparentar estar bem, não faz atividade laboral".
Justiça – Em janeiro do ano passado, o Tribunal Regional Federal (TRF) considerou uma concursada do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), portadora de insuficiência renal crônica, como deficiente física.
Nesse caso, a junta médica do Ibama desconsiderou ela uma deficiente, por isso não foi nomeada. Ela passou na quarta colocação. Após a rejeição do Ibama, ela entrou com uma ação no TRF e conquistou o direito de trabalhar.