O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, tranquilizou as pessoas que se vacinaram contra a influenza A (H1N1) – gripe suína e tiveram, num período de 30 dias depois, diagnóstico positivo no teste de HIV. Segundo ele, embora raros, há casos de falsos positivos em diagnósticos de aids depois que o paciente tomou a vacina contra a nova gripe.
"Toda a rede que faz o diagnóstico de aids está alerta de que, em casos raros, pode haver casos falsos positivos se o exame for feito dentro do período de 30 dias a partir do momento que a pessoa tomou a vacina contra a gripe H1N1", afirmou hoje (21), no Rio de Janeiro.
Ele explicou que o falso resultado acontece porque a vacina contra a influenza A (H1N1) – gripe suína faz com que o organismo produza anticorpos que podem confundir o teste de diagnóstico do vírus da Aids.
A recomendação do Ministério da Saúde, principalmente para as gestantes, que não podem aguardar um longo período para realizar o exame de HIV, é que elas informem os centros de testagem, caso tenham tomado, nos últimos 30 dias, a vacina contra a gripe. "Se neste caso, o teste der positivo, será feito outro teste mais sofisticado, que dará o diagnóstico com certeza. Não há nenhum risco", garantiu o ministro.
Em nota aos profissionais da saúde, o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde já havia alertado que anticorpos gerados pela vacina contra a gripe suína podem ser confundidos com o vírus HIV. Com isso, os resultados dos testes de HIV em pessoas que tomaram a vacina contra a influenza A (H1N1) – gripe suína poderiam ter resultados falsos positivos.
O ministério orientou os profissionais de saúde a avisarem os pacientes sobre a possibilidade do resultado falso positivo. De acordo com a assessora da Unidade de Laboratório do ministério, Lilian Inocêncio, os pacientes que obtiveram resultado positivo no exame de HIV devem refazer o teste após 30 dias para um diagnóstico definitivo. "A gente soltou a nota técnica como uma cautela aos profissionais de saúde. A vacina é nova e as reações que ela pode causar ainda são desconhecidas".
Segundo Lilian Inocêncio, todos os exames de HIV passam por um teste comprobatório no qual é usado um método de análise diferente do primeiro. "Existe uma normativa que determina que todos os laboratórios de saúde pública e privada façam um novo teste em casos de resultado positivo. A pessoa que fizer o teste não vai ser informada, o próprio laboratório deve realizar o teste confirmatório".
De acordo com a assessora, as pessoas não devem deixar de tomar a vacina contra a influenza A (H1N1) – gripe suína. Este alerta foi direcionado apenas aos profissionais de saúde e teve o objetivo de descartar a possibilidade de exames com resultados falsos positivos chegarem aos pacientes. "Não existe nenhum risco com relação a vacina contra a influenza A (H1N1), pedimos que todos sejam imunizados. Além disso, tomar a vacina não impede que o teste de HIV seja feito, se necessário", alertou.