A Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT) alerta a população de Mato Grosso para os cuidados a serem tomados com as meningites nesta época do ano, onde as pessoas costumam ficar mais aglomeradas. O inverno é uma estação propícia para a disseminação das meningites meningocócicas e haemophilus (sendo as formas mais graves da doença).
A técnica da Vigilância Epidemiológica da SES/MT, Marta Araujo de Souza, informou que "embora as meningites se manifestem durante o ano inteiro, sua ocorrência aumenta no inverno quando as pessoas costumam ficar dentro de ambientes fechados que facilitam a transmissão da doença". A doença é uma infecção dos tecidos que envolvem o cérebro e a medula espinhal, também chamados de meninges.
Existem vários tipos da doença, porém as que preocupam a Saúde Pública são as que provocam risco maior à saúde humana e podem até levar à morte, que são as meningites meningocócicas e haemophilus, que podem ser transmitidas em contato de pessoa a pessoa por meio de saliva, respiração, tosse, beijos e até pelo simples ato de falar.
A meningite viral não é transmissível. É uma infecção viral podendo ser causada pelos vírus do sarampo, da caxumba e até do herpes comum. Geralmente nas meningites virais a evolução é benigna, havendo melhora do quadro. As pessoas em contato íntimo com pacientes portadores da meningite viral não precisam fazer uso de antibióticos para a prevenção, mas devem lavar as mãos com freqüência, com água e sabão.
Uma outra preocupação colocada pela técnica do Estado é com relação as crianças. "Os pais devem atualizar as coberturas para as vacinas BCG, tríplice viral e tetravalente em crianças menores de cinco anos, na proteção da saúde de seus filhos uma vez que 90% dos casos de meningite haemophilus ocorrem na faixa etária de três meses a quatro anos", disse.
Marta Araújo reforçou ainda a atenção para as pessoas que moram sob o mesmo teto, que usam os mesmos utensílios, dormem no mesmo quarto ou estudam na mesma sala de aula (no mesmo período) que doentes com meningites meningocócicas e haemophilus precisam ser protegidas com antibióticos específicos fornecidos pela Vigilância Epidemiológica municipal para combater o perigo de transmissão da doença.
Os principais sintomas das Meningites, em crianças maiores de um ano e adultos, são: febre alta, vômitos em jato, dor de cabeça intensa, rigidez de nuca, prostração, convulsões e manifestações hemorrágicas subcutâneas (sangramento debaixo da pele). Esses sintomas devem ser observados todos, ou quase todos, ao mesmo tempo.
Em crianças com menos de um ano devem ser observados febre alta, irritabilidade intensa e o abaulamento da fontanela ("moleira" alta). A recomendação é que, sempre que sejam identificados esses sintomas, seja procurada uma Unidade de Saúde mais próxima da moradia do doente que o encaminhará para os hospitais de referência no tratamento da infecção.
A principal medida de prevenção recomendada aos pais é a manutenção do calendário de vacinação das crianças atualizado. "A vacina BCG protege as crianças da meningite provocada pela tuberculose, a vacina tetravalente evita que tenham meningites por Haemophilus e a vacina triplice viral evita que contraiam alguns tipos de meningites virais", explicou Marta Araujo.
Para crianças acima de um ano, adolescentes, jovens e os adultos, os métodos de prevenção incluem evitar aglomerações, manter as casas e outros locais frequentados (escolas, cheches, salas de reuniões, dentre outros) sempre bem ventilados e ensolarados e manter medidas de higiene pessoal (lavando constantemente as mãos, especialmente ao usar o banheiro e antes de se alimentar) e higiene do lar.
As meningites por haemophilus do tipo b podem ser prevenidas, ainda, por meio de vacina (aos 2,4 e 6 meses de idade) que está disponível na rede pública de saúde. Já as meningites meningocócicas podem ser causadas por varios sorogrupos dessas bactérias (A, C, Y e W135). As vacinas só são indicadas em casos de surtos (caracterizado pela notificação de 3 ou 4 casos da doença do mesmo sorogrupo, na mesma semana) e após análise das secretarias municipais de Saúde, Secretaria de Estado de Saúde e do Ministério da Saúde.