O comando de greve dos técnicos servidores do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) aceitou rever o indicativo de paralisação, marcado para o dia 25 desse mês, depois que a reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se mostrou favorável a redução da carga horária de 40h para 36 horas semanais. Os servidores vão se reunir em assembleia, na quarta-feira (24), para apresentar a proposta aos demais reivindicantes. Já a reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli, se comprometeu de levar a proposta à superintendência do HUJM para estudar a possibilidade da redução. A expectativa é que os servidores passem a trabalhar 36h no início da próxima semana.
Os técnicos gostaram da proposta, pois a carga horária de 36h vai aliviar os problemas que os funcionários têm tido com as escalas de trabalho, mas continuam exigindo as 30h semanais. Com isso, a reitoria garantiu que vai estudar a possibilidade assim que o relatório do Ministério da Educação chegar à universidade. Segundo Maria Lúcia, se o relatório apontar a necessidade de 16 mil horas/plantão, será possível retornar a carga horária de 30h.
Na pauta da greve, os técnicos de diferentes áreas também reivindicam melhores condições de trabalho, contra a terceirização dos serviços e por concurso público. Em relação as duas últimas, Cavalli esclarece que na nova legislação, Lei 11.907 de 2009, o Adicional por Plantão Hospitalar (APH) é válido apenas para as carreiras da área da saúde, excluindo as áreas de apoio, como lavanderia, cozinha e segurança, com isso a terceirização será inevitável. Quanto aos técnicos da área da saúde, a reitora explica que a universidade está lutando para que as vagas dos servidores que por algum motivo deixam seu cargo sejam imediatamente substituídas por meio de contratação – como já acontece com os professores.
Histórico – Muitos técnicos do HUJM precisaram retomar a carga horária de 40h depois que a reitoria revogou a Portaria nº 11, de fevereiro de 2008, que garantia aos técnicos 30h de trabalho. Os servidores defendem que as 40h semanais não vão solucionar o problema enfrentado pelo hospital desde que a Portaria n.º 918, de setembro de 2009, fixou o limite máximo de 6 mil horas/plantões para o funcionamento do HUJM. Segundo os servidores, muitos técnicos estão prestes a se aposentar e não suportam uma jornada de 40h.