O papiloscopista da Polícia de Identificação Técnica de Sinop (Politec), André Talhari, demonstrou, ao Só Notícias, como age o pó revelador branco e luminescente de marcas digitais que ganhou destaque, em fevereiro, ao ser divulgado na revista norte-americana de ciências forenses Journal Forensic Sciences. André relatou que a principal vantagem da nova substância, que a distingue dos demais usados até o momento, é a possibilidade de revelar com mais precisão impressões digitais latentes, quando exposto à luz ultravioleta. Essas impressões são invisíveis em superfícies mais desafiadoras como, por exemplo, aquelas que apresentam reflexo, são multicoloridas ou não são planas, o que pode aprimorar a busca por criminosos em bancos de dados.
“Naturalmente, a gente produz secreções pela pele que são transparentes, então, a nossa impressão digital ao ser deixada em um objeto é transparente, a não ser que aquele objeto ou situação ou as condições forneçam o contraste naquela substância da impressão digital para ser visualizada. Por exemplo, se eu coloco minha impressão em um lugar que está sujo, pode ser que a sujeira deixe o desenho da impressão digital ali, visível. Agora, se eu pego meu desenho digital, e transfiro isso para um objeto, transformando ele na impressão digital, e esse objeto não fornece nenhuma condição de contraste para essas substâncias, ela fica invisível porque a própria substância que a gente secreta é invisível, então precisa de técnicas de contraste para revelar ela”, explicou.
Ele complementou explicando que, para que o pó comece a ser usado e distribuído por polícias técnicas, é preciso passar por várias regularizações antes de ser produzido em larga escala. Até o momento, o pó passou pelo teste de toxicidade. “A continuidade da pesquisa acadêmica é muito importante”, “então, ela não para por aqui não, tem muito mais proposta ainda pela frente, tem muita perspectiva de trabalho, mas sem implementação prevista”, afirmou.
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