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Cuiabá: aumenta número de mortes por Aids e câncer em 10 anos

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Reduzir o número de mortes por câncer e Aids está entre os principais desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) em Cuiabá. Uma análise dos últimos 10 anos apontou que o número de vítimas das duas doenças tem crescido na capital mato-grossense. No caso da Aids, o índice é de 10 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes e está bem acima da média do Estado, que é de 6, e da nacional, que é de 6,7. Também é superior a de outras capitais brasileiras, entre elas Campo Grande (MS), onde o vírus HIV mata 8,6 pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes.

Dados oficiais apontam que cerca de 1,5 mil pessoas fazem o tratamento da doença hoje na Capital. Porém, o número de contaminados pelo vírus pode ser bem maior. Conforme a Organização Não Governamental (Ong) Corações Amigos, apenas a unidade do Serviço de Assistência Especializada (SAE) da Capital têm 8 diagnósticos positivos por semana.

A assessora de Planejamento e Gestão da Secretaria Municipal de Saúde, Nilva Maria Fernandes de Campos, mestre em Saúde Coletiva, ressalta que as vítimas do câncer também aumentaram. A doença é a segunda maior causa de mortes. Em Cuiabá, a média era de 2,6 óbitos por ano para cada 100 mil habitantes. “Isso que nós só analisamos os câncer de mama, próstata e útero, que são atendidos pela atenção básica. Mas temos muitos outros que fazem novas vítimas a cada ano”.

A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que 5.560 mato-grossenses descubram que têm algum tipo de câncer este ano, a maioria deles em Cuiabá. O câncer de próstata é o que mais deve incidir, transformando os homens na parcela mais afetada. No público feminino, o câncer de mama é o mais comum.

Negativo e Positivo – Na lista de 47 itens da saúde, Cuiabá apresenta tendência negativa em 24 (51%). Além da mortalidade crescente por câncer, a Capital também tem que reverter as taxas de óbitos em mulheres provocadas por diabetes, doenças do aparelho circulatório, respiratório, digestivo e cerebrovasculares.

Outro desafio é reverter os baixos índices de cura de novos casos de tuberculose e hanseníase.

Um dos pontos positivos apresentado pela secretaria é a ampliação da cobertura das equipes do Programa de Saúde da Família (PSFs). São 64 distribuídas em 40 postos. Segundo Nilva Fernandes de Campos, em 2004 eram apenas 10 equipes. “Já temos previstas mais 15 equipes distribuídas em 4 novas unidades. A meta é chegar até 2013 com 80% da população assistida pelo PSF. Hoje não chegamos a 50%”.

Com 64 equipes de saúde, o programa consegue atender 43% dos cuiabanos, o equivalente a 241 mil habitantes. O restante acaba recorrendo aos centros de saúde e às policlínicas, que são 6 na Capital.

Insatisfatórios – O levantamento da Secretaria de Saúde também apontou o desempenho de 34 indicadores nas áreas clínica, cirúrgica, odontológica, prevenção, redução de mortes e internações e 49,7% deles foram considerados satisfatórios.

O restante não atingiu um grau de satisfação aceitável, ficando abaixo dos índices estaduais e nacionais. Entre eles a cobertura de consulta odontológica, mortalidade infantil e neonatal, média anual de consultas por habitante, cura nos casos de hanseníase diagnosticada e morte de menores de 1 ano por causas mal definidas.

Para a assessora de Planejamento, estes pontos só serão melhorados com investimentos nos profissionais que atuam e ampliação da rede, com implantação de novas unidades de saúde e aumento no número de leitos de internação.

Hoje, são 1.291 leitos contratualizados pelo SUS em Cuiabá. A maioria deles (356), para a área cirúrgica. Outros 294 para internação clínica, 224 para pediatria e 114 obstetrícia (parto). Somente no setor cirúrgico, o número está acima do que é considerado ideal pelo Ministério da Saúde. Nas outras 3 áreas, as vagas são insuficientes.

O problema que é de conhecimento público, já colocado como uma das prioridades do governo, também se deve ao atendimento de pacientes do interior na Capital.

Segundo o secretário adjunto de Saúde, Euze Carvalho, muitas pessoas chegam à Capital precisando de hospitalização e ocupam os leitos que deveriam ficar à disposição dos cuiabanos. Com isso, o problema de falta de leitos só se agrava. “Esta é a nossa maior dificuldade e por isso que discutimos com o Estado alternativas para melhorar o sistema juntos”.

Fiscalização – Ações para resolver estes principais problemas enfrentados no Sistema Único de Saúde (SUS) estão sendo definidas na Conferência Municipal que termina hoje e reúne representantes do poder público, entidades e usuários do sistema.

A vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde, Maria Angela Conceição Martins, destacou que o principal desafio é fazer com que as propostas saiam do papel. “Em 2010 foi definida a implantação de 8 equipes de núcleo de apoio à saúde da família. O município conseguiu a aprovação dos projetos, mas não atendeu os procedimentos exigidos para a liberação da verba e ficou fora do programa. Isso não pode acontecer”.

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