A prefeitura de Lucas do Rio Verde rebateu as informações da pesquisa, que ganhou destaque nacional, sobre a presença de agrotóxicos no leite materno. O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Edu Pascoski, explicou que o estudo está relacionado a um fato isolado, a revoada de agrotóxicos que ocorreu em 2007 e atingiu o perímetro urbano. Porém, segundo ele, desde o incidente, o poder público tem tomado as providências necessárias para conter o avanço da agricultura nas áreas urbanas, com a fiscalização e a elaboração de leis que limitam o uso de defensivos e estabelecem o isolamento entre as áreas do município.
De acordo com a assessoria de imprensa, o secretário ressalta ainda equívocos existentes a respeito do volume de agrotóxicos divulgado pela pesquisa, uma vez que existem particularidades na produção agrícola do município que devem ser consideradas. "Diferente de outras regiões, Lucas do Rio Verde possui duas e até três safras anuais, o que aumenta a média de uso de defensivos, se comparada a outros municípios", disse.
De acordo com ele, o que não significa que os produtores rurais utilizam mais do que o necessário, muito pelo contrário, o objetivo é utilizar cada vez menos, uma vez que, o uso de defensivos agrícolas representa aproximadamente 30% do valor da safra. Pascoski ressalta também o fato de que Lucas do Rio Verde é um polo regional na distribuição de agrotóxicos e que a pesquisa foi realizada com base nos números obtidos nas revendas agrícolas pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) de Mato Grosso. "Nem tudo que é revendido é aplicado nas lavouras de Lucas do Rio Verde, agricultores de seis municípios da região compram os defensivos aqui e aplicam em suas propriedades".
A pesquisa faz parte de um trabalho de mestrado em Saúde Coletiva da bióloga Danielly de Andrade Palma. A pesquisa foi apresentada no dia 15 de março a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A prefeitura alega que não recebeu uma cópia da dissertação e ficou sabendo do assunto pela imprensa.
Agora o secretário pretende propor junto aos responsáveis a criação de um grupo de trabalho para que possa avaliar melhor alguns aspectos da pesquisa, principalmente no que diz respeito a metodologia e ao histórico das mulheres avaliadas, para que a partir dos resultados, possam ser estabelecidas outras ações de controle.