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Prefeitura de Várzea Grande demite 70% dos médicos da rede pública

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A prefeitura de Várzea Grande demitiu 70% dos 300 médicos da rede pública de saúde. Eles estão lotados nas policlínicas, postos e também no Pronto-Socorro. Os profissionais estão com os salários atrasados desde de outubro e não há previsão de pagamento do débito e nem das verbas indenizatórias, conhecidas como “mensalinho”. O presidente interino do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Celso Vargas, explica que as pessoas chegaram para trabalhar e foram informadas que precisavam assinar a rescisão do contrato, que é por tempo determinado. Entre os dispensados estão mulheres grávidas e servidores que atuam nos programas de prevenção de doenças. Todo atendimento ficou suspenso.

Conforme Vargas, todo ano a prefeitura faz o processo de demissão e contratação. Normalmente, o trâmite demora 10 dias e os médicos acabam trabalhando gratuitamente até a regularização. Este ano, a categoria está revoltada com as condições de trabalho nas unidades de saúde e ainda com os atrasos salariais.

O fato fez com que os demitidos deixassem a função antes da prefeitura encaminhar o novo contrato. Para piorar ainda mais a situação, os médicos que permaneceram vão decidir em assembleia se pedem demissão coletiva ou entram em greve. O encontro está marcado para a próxima segunda-feira (9).

Vargas explica que na maior parte das unidades de saúde não houve atendimento médico ontem. Ele acredita que o município terá dificuldade em recontratar profissionais devido a falta de credibilidade da gestão municipal. O presidente diz que existe uma falta de organização, o que gera
“constrangimentos desnecessários entre a prefeitura e a categoria”.

Atraso – Desde outubro, os salários dos médicos estão atrasados em Várzea Grande. Na última reunião, feita com a categoria, a prefeitura disse que aguardava o adiantamento de um repasse, por parte do Estado, para quitar o débito dos salários. Já as verbas indenizatórias disse que não tinha dinheiro para resolver.

O Sindimed esclarece que as indenizações correspondem a 65% da remuneração do profissional. O piso praticado é de R$ 1,9 mil. A saúde enfrenta um cenário crítico na cidade. Vargas lembra que as policlínicas fecham no final de semana e de madrugada porque os médicos contratados não são suficientes para manter o atendimento.

Existe um projeto de ampliar o atendimento nos locais, mas o presidente do Sindimed acredita que será complicado porque a reposição dos demitidos será um obstáculo. Já a ampliação do quadro é quase impossível.

Outra reivindicação dos médicos é a melhoria da infraestrutura de atendimento na rede. A categoria quer a compra de equipamentos e até mesmo remédios e insumos, que costumam faltar.

Outro lado
O secretario de Saúde de Várzea Grande, Marcos José da Silva, afirma que não houve demissões e que o processo é algo comum entre os contratados e acontece em todas as funções, não só dos médicos. Ele afirma que até a próxima semana os contratos serão encaminhados para as unidades e que apesar da assinatura acontecer após a rescisão, o pagamento será de todos os dias trabalhados.

Silva esclarece que está em busca de novos profissionais para resolver o problema da escalas unidades de saúde, bem como no Pronto-Socorro. Ele acredita que na segunda-feira (9) tudo estará resolvido.

Quanto aos salários atrasados, ele argumenta que está em fase de negociação e terá um posicionamento na próxima semana. O secretário explica que as cirurgias foram comprometidas durante as festas de final de ano, mas a administração conseguiu atender a todos mesmo com a dificuldade.

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