Médicos que trabalham na rede pública em Mato Grosso aderiram a mobilização nacional contra a medida do governo federal de trazer médicos estrangeiros e em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Sorriso, começou, há instantes, passeata. Eles saíram da praça da Juventude vão até a sede da Secretaria de Saúde, praça das Fontes e concluem o manifesto em frente a UPA. A paralisação permanecerá durante todo o dia. Profissionais da rede particular estão reforçando o manifesto e há cerca de 40 participando.
O diretor clínico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Aílton Brizante, confirmou a paralisação nas Unidades de Saúde e SUS. O município conta com cerca de 20 médicos. O secretário de Saúde, Marciano Sé, confirmou que 20% dos profissionais vão manter atendimentos.
Sorriso tem o Hospital Regional que atende moradores de 15 cidades na região Norte, em sistema de consórcio.
Em Sinop, o delegado do CRM, Frederico Bussolaro, informou, ao Só Notícias, que a mobilização fica prejudicada já que “a maioria dos médicos não atende pelo sistema público”. Atualmente 80 trabalham nas unidades municipais e estaduais.
O movimento, na capital, está marcado para às 14h, em frente à sede do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), seguirá até a Secretaria de Estado de Saúde e terminará na Assembleia Legislativa. Os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos.
Em Mato Grosso, o último levantamento do Conselho Federal de Medicina, aponta que são 6.706 profissionais com registro no CRM.
A presidente Dilma Rousseff, anunciou, no dia 21 passado, a “importação” de cerca de dez mil médicos, que devem treinar por três semanas. Por meio de assessoria, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto D`Avila, disse que a medida é uma ofensa. “Como é possível treinar milhares de médicos em 15 dias?”.
O conselho divulgou carta aos médicos e a população onde destaca que a decisão do governo “além de afetar a saúde pública brasileira, demonstra incompreensão das autoridades ao apelo manifesto nas ruas. A vinda de médicos estrangeiros e a abertura de mais vagas em escolas médicas são medidas irresponsáveis, por expor a parcela mais carente e vulnerável da nossa população a profissionais mal formados e desqualificados”.
A decisão do Conselho Federal de Medicina para a mobilização da classe é principalmente para questionar a contratação de médicos estrangeiros, sem critério, a valorização do profissional, pagamento de insalubridade, melhores condições de trabalho, agilidade no agendamento de exames e aumento no custo da consulta pago pelo SUS.
No Brasil, segundo o conselho, são 400 mil profissionais
(Protesto em Sorriso fotos: Só Notícias/Ivan Oliveira – atualizada às 9h12 )