O Hospital Regional de Sorriso receberá, nos próximos dias, R$ 2 milhões de recursos para suprir as necessidades da implantação do serviço de neurocirurgia, reestruturação do pronto atendimento, maternidade e reforma da cozinha. O montante foi viabilizado através da audiência pública, realizada na sexta-feira (14), para debater o assunto. O secretário de Estado de Saúde, Mauri Rodrigues de Lima, fez o anúncio dos investimentos que serão feitos pelo governo do Estado.
De janeiro de 2012 a março de 2013, 37 pessoas morreram em Sorriso vítimas de problemas neurológicos no Hospital Regional sem que tenham passado por avaliação de um neurologista.
Durante a audiência, o promotor Rodrigo Fonseca Costa disse que a falta dos serviços de neurocirurgia na referida unidade hospitalar levaram o Ministério Público Estadual a ingressar com ação civil pública, com pedido liminar, contra o Estado requerendo a imediata contratação de médicos especialistas na área. “O Estado precisa montar a neurocirurgia no hospital, e entendo que esse problema vai melhorar através de uma parceria entre governo do Estado e prefeitura”.
O deputado estadual José Domingos (PSD) explicou que a sociedade brasileira pede para a saúde sair da UTI e recomenda melhorias urgentes para o Hospital Regional. “Não podemos deixar a emergência ficar neste caos e precisamos avançar em centros cirúrgicos e UTI”.
No mesmo dia, a Comissão Permanente de Saúde da Assembleia formada pelos deputados Antônio Azambuja (presidente) e Guilherme Mafuf (vice-presidente), além dos deputados Márcio Pandolfi e José Domingos, além de secretários municipais de saúde de várias cidades da região e médicos visitaram todas as dependências do Hospital Regional e constataram in loco todos os problemas de infraestrutura e de falta de funcionários.
Na ação impetrada pelo Ministério Público consta que, em 2012, o Hospital Regional de Sorriso recebeu 210 pacientes que precisavam do serviço de neurologia. Foram realizadas 25 transferências para hospitais referência em Cuiabá e 29 pacientes foram a óbito, sem qualquer chance de sofrerem avaliação ou intervenção de neurocirurgião. Ao todo, foram registrados 59 casos de acidente vascular cerebral e 72 traumatismos cranianos.
Para o deputado Guilherme Maluf (PSDB), o contrato do Hospital precisa ser revisto e necessita de vários reajustes. “O contrato possui muitas falhas que, nos dias atuais, não tem como suprir a demanda de pacientes”, revelou o parlamentar.
Na avaliação do deputado Márcio Pandolfi (PDT), o problema não é recurso, mas sim, falta de interesse dos governos em investir na saúde. “A saúde deixou de ser prioridade e o governo deixou de ter comprometimento com este setor”.