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Cuiabá: servidores reclamam de condições caóticas em unidade de saúde

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O atendimento prestado pela equipe de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), da Secretaria de Estado de Saúde, localizada no centro da capital, está à beira de um colapso. Além de enfrentar os problemas habituais nas unidades de saúde como forro desabando, ambiente insalubre coberto de infiltrações e mofo, problemas hidráulicos e elétricos, a caixa d`água que abastece o prédio apresentou um vazamento e inundou os dois pisos superiores, o corredor térreo e a salada do serviço social. “Descia tanta água que parecia uma cachoeira dentro do prédio”, afirmou uma servidora.

Além destes problemas a unidade passa ainda por sérias dificuldades administrativas com a falta de passagens terrestres e a constante demora no repasse aos pacientes e acompanhantes do valor referente à ajuda de custo, que em tese deveria subsidiar o custeio durante o tratamento.

A inundação narrada pelos trabalhadores ocorreu, no final do mês passado, um dia antes da mobilização feita pelos servidores do Ciaps Adauto Botelho. Alguns representantes do TFD estiveram na manifestação e esboçaram o descontentamento da unidade com o poder público.

Após vários dias sem água, a caixa d’água recebeu alguns remendos e está precariamente funcionando. “Uma nova caixa d’água foi colocada do lado de fora da unidade, mas nunca funcionou. Rotineiramente ficamos sem poder usar o banheiro, por falta de água”, relata outra servidora.

A unidade assim como o Cermac, Cridac, MT Hemocentro e outros espalhados pelo Estado, não tiveram manutenção e hoje passam por sérios problemas. No TFD há ainda banheiros sem uso a mais de dois anos e salas utilizadas para atendimento de pacientes com aparelhos de ar condicionados estragados a mais de um ano e meio. “Em Cuiabá ar condicionado não é um luxo, mas sim necessidade. Para manter o atendimento tiramos a porta da sala vizinha para que o ar pudesse circular. Com tantos problemas e dificuldades, tem dia que nem dá vontade de vir trabalhar, mas tentamos nos manter firmes para prestar atendimento aos usuários do SUS”, desabafa uma servidora.

A equipe do Serviço Social está sem sala para atendimento desde a inundação, afirmam os trabalhadores. Durante a reunião realizada na unidade, ontem, a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente (Sisma), Alzita Ormond, visitou as dependências constatando um a um os problemas elencados pelos trabalhadores.

“E para completar o cenário de caos absoluto, agora estamos enfrentando também, problemas ligados a segurança, pois as unidades do estado estão sem serviço de segurança (armada e desarmada) o que coloca em risco a vida dos trabalhadores. Orientamos que todos os servidores vítimas, ou não, prestem informações à Polícia e registrem em Boletim de Ocorrência para que possam ser tomadas as devidas providências”, frisa Ormond.

Ficou decidido na reunião que um documento narrando às dificuldades estruturais e administrativas enfrentadas pelos trabalhadores será protocolado ao secretário de Estado de Saúde, Jorge Lafetá, com cópia ao secretário Adjunto de Administração Sistêmica, Marcos Rogério. Outra reivindicação dos trabalhadores é a necessidade urgente do agendamento de reunião entre os servidores da unidade e representantes da Coordenadoria de Tecnologia da Informação (Cotinf) e Coordenadoria Financeira e Contábil para debater assuntos ligados às passagens (aéreas e terrestres), diárias e ajuda de custo.

A presidente do Sisma ficou estarrecida com o relato feito pelos trabalhadores, e afirmou que irá promover o mais rápido possível o encontro com representantes da gestão para analisar os problemas e encontrar conjuntamente soluções.

Outro ponto que chamou atenção da sindicalista foi o valor da ajuda de custo paga atualmente aos pacientes em tratamento fora do Estado que é de R$ 24,75. “O valor é irrisório, e mesmo assim tanto paciente quanto o acompanhante viajam sem receber a ajuda de custo, um total desrespeito com o usuário do SUS, precisamos repassar esta problemática para a reunião na CIB e esta por sua a CIT”, afirma Alzita.

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