A prefeitura prepara uma série de ações para impedir a proliferação do mosquito Aedes Aegypti no período da Copa do Mundo. Os trabalhos incluem a intensificação na orientação aos moradores do entorno das instalações que serão usadas durante o evento esportivo, a inspeção de praças e outros pontos de aglomeração e a articulação, com duas secretarias, sobre cuidados com os logradouros públicos e terrenos baldios. A intenção é evitar que os turistas dos 8 países que disputarão jogos na cidade, totalmente vulneráveis à doença pela falta de contato, contraiam a dengue.
Ainda que o mês de junho não registre, em média, um grande número de notificações da doença, a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, Alessandra Carvalho, ressalta que o trabalho tem por objetivo eliminar qualquer foco de infestação. Atualmente, a cidade apresenta, segundo o Levantamento de Índice Rápido por Aedes Aegypti (Lira), um alto índice de infestação, 8,3%, superior ao necessário para que seja possível um surto do problema.
Para conter os criadouros da doença, Alessandra pontua que está em ação uma estratégia, comunicada inclusive ao Ministério Público Estadual (MPE), para reduzir os índices na cidade e garantir um ambiente saudável também durante a Copa do Mundo. “O mesmo levantamento aponta que grande parte destes criadouros é formada por caixas d’água destampadas, colocadas em quintais, o que mostra que a população, infelizmente, não compreende a gravidade da situação”.
Com a intenção de conscientizar as pessoas, a coordenadora salienta que, desde já, os agentes intensificarão as visitas em regiões por onde transitarão os turistas, como a Arena Pantanal e o Fan Fest. “Nossa intenção é que eles passem as recomendações de forma mais insistente para estas pessoas”.
Em média, cada imóvel da cidade é visitado por um dos agentes a cada 2 meses. Locais considerados estratégicos, como borracharias, por exemplo, são vistoriados a cada 15 dias.
Além disso, estão previstas visitas às praças da cidade, sobretudo aquelas já mapeadas, que contarão com grandes aglomerações durante o evento. “Se constatamos problemas, notificamos a secretaria responsável para que faça, ou a limpeza da praça ou obras e pequenos reparos que combatam os criadouros”. Outra ação, já em andamento, é a notificação dos proprietários de terrenos baldios.
Alessandra lembra que neste momento, os quatro tipos de vírus existentes no Brasil estão em circulação pela cidade e que grande parte dos turistas que virá a Cuiabá, dos 8 países cujas seleções disputarão partidas da Copa do Mundo em Mato Grosso, jamais teve contato com a doença. “Isso é um outro fator que tem que ser levado em consideração, uma vez que não possuem nenhuma resistência imunológica ao vírus”.
No mês de junho do ano passado, a cidade registrou cerca de 10 notificações da doença por dia. A expectativa da coordenadora, uma vez que o período de chuvas já terá sido ultrapassado, é a de não ter nenhum caso da doença. “Trabalhamos desta forma, então, se houver um caso, estaremos em alerta, sobretudo pelo fato de que já teremos entrado no período de seca, o que naturalmente reduz o número de criadouros”.
Os cuidados que cada cidadão deve tomar para evitar a proliferação do mosquito causador da dengue são os mesmos, aponta a coordenadora. “Não dá pra reinventar isso, basta que cada um faça sua parte”.
Entre as principais medidas estão a limpeza da calha dos telhados, dos pratinhos dos vasos de plantas e piscinas, além de impedir a formação de poças d’água e eliminar qualquer tipo de material que possa acumular água.