Nutricionistas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) apontaram dados preocupantes em relação aos alunos acima de 19 anos matriculados nas 11 escolas da rede estadual de Poconé (104 quilômetros de Cuiabá). A maioria deles está com sobrepeso. O diagnóstico foi realizado com base na aferição de altura, pesagem e cálculo do índice da massa corporal (IMC) de 3.291 estudantes. A situação implicará em uma nova avaliação do estado nutricional desses alunos, a longo prazo, com a finalidade de monitorar se houve alteração no perfil nutricional após a execução do cardápio unificado implantado nas escolas.
Dos 351 alunos acima de 19 anos, 139 estão com sobrepeso, 69 apresentam obesidade grau I, 26 com grau II e 5 com grau III. Os demais, 110 apresentaram perfil eutrófico, ou seja, estão dentro do peso adequado e dois estão com baixo peso.
Na faixa compreendida entre 5 e 19 anos também foram encontradas situações de sobrepeso, mas a maioria, sendo 2.166 dos 2.929 alunos avaliados, está com peso adequado para a idade. Outros 418 do total estão acima do peso, 179 com obesidade, 100 com magreza, 47 com obesidade grave e 10 com magreza acentuada.
Em relação à classificação de estatura para idade, o resultado obtido foi de 2.886 alunos com estatura adequada para a idade, 28 com baixa estatura e seis com estatura muito baixa para a idade.
A metodologia utilizada para diagnóstico nutricional foram as curvas da Organização Mundial da Saúde (OMS), com classificação de IMC e estatura para idade, dos 5 aos 19 anos, e classificação do peso por meio do IMC, para maiores de 19 anos. Os aparelhos para definição do peso foi a balança digital e o analisador corporal. O instrumento usado para aferição da estatura foi o estadiômetro.
O diagnóstico foi realizado, nos meses de outubro e novembro, pela equipe de nutricionistas que integram o quadro técnico da Coordenadoria de Alimentação Escolar da Seduc, com base na aferição do peso e estatura de todos os alunos que estavam presentes no período da avaliação. O objetivo é traçar o perfil nutricional dos alunos devido ao projeto piloto de Unificação dos Cardápios, iniciado em agosto deste ano.
De acordo com o setor, o cardápio unificado de merenda visa assegurar que todos os alunos recebam os mesmos alimentos, portanto, a mesma oferta de nutrientes. São dietas que contemplam uma maior quantidade de frutas, verduras e legumes, fazendo com que as escolas utilizem no mínimo 30% do recurso repassado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para adquiri gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar.
A nutricionista da Seduc, Lizia Soares Penido, explica que são 20 opções de cardápios para escolha dos gestores e com ingredientes adquiridos na comunidade local e, portanto, são mais elaborados. “A elaboração está dentro das exigências do Ministério da Educação que prevê que a merenda escolar contemple 20% da necessidade nutricional que o organismo precisa diariamente”, destaca. Trata-se de ingredientes como proteínas, carboidratos, vitaminas, entre outros.