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Cuiabá: campanha quer sensibilizar e orientar população sobre males do cigarro

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No dia 29 deste mês, dia nacional de combate ao fumo, técnicos da Coordenadoria de Saúde Bucal, da Secretaria de Saúde de Cuiabá, estarão na Clínica Odontológica do bairro Jardim Vitória orientando a população sobre os perigos do tabagismo. Durante toda a manhã serão distribuídos material informativo e realizados exames. Essa ação, segunda etapa da campanha permanente de diagnóstico e prevenção de doenças bucais, integra a campanha nacional contra o tabagismo, cujo objetivo é reforçar as iniciativas que levem à sensibilização e mobilização da população, para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco.

Este ano, o tema do dia nacional contra o tabagismo propõe uma reflexão sobre, “O uso do narguilé e a iniciação ao fumo”. A estomatologista e responsável pela Pesquisa e Educação Continuada, do programa de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Diurianne França, lembra que o cigarro causa câncer de boca, língua, laringe, esôfago, estômago, pulmão, bexiga, infarto, acidente vascular cerebral (derrame), gastrite, úlcera, trombose, impotência sexual e outras doenças. “Quem fuma têm de 20 a 30 vezes mais riscos de desenvolver câncer de pulmão quando comparado aos não fumantes e, o hábito de fumar é a causa de 90% dos casos de câncer de pulmão, que é o tipo de tumor mais letal”.

Os dados em relação ao tabagismo são alarmantes. Segundo a  Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Estima-se que quase 6 milhões de pessoas morram por ano devido aos males do tabaco, ou seja, mais de 10 mil mortes/dia, sendo que 600 mil são fumantes passivos. A organização estima até 2030 o tabaco deverá ser o responsável por oito milhões de mortes.

No Brasil, dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) demonstram que o tabagismo é responsável por 200 mil mortes por ano (23 pessoas por hora).

Já a pesquisa realizada pela Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigescola 2002-2005), do Ministério da Saúde, mostrou que dependendo da cidade e do ano, entre 20% e 45% dos jovens de 13 a 15 anos já experimentaram cigarro.

Outra pesquisa realizada em 2008 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), revelou que 75% dos fumantes brasileiros iniciam-se no tabagismo até os 18 anos e 67% começam a fumar regularmente/diariamente com 18 anos ou menos. Nos países em desenvolvimento, a média etária de iniciação ao fumo é de 12 anos. Portanto, o tabagismo é considerado uma doença pediátrica.

Além disso, os jovens fumantes, quando comparados aos não fumantes, consomem três vezes mais álcool, oito vezes mais maconha, 22 vezes mais cocaína e ainda apresentam comportamentos de risco como sexo sem proteção e agressão física.

 Tema da campanha nacional contra o tabagismo deste ano, o narguilé   é um cachimbo de origem oriental também conhecido como cachimbo d’ água, shisha ou Hookah. Nele o tabaco é aquecido e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma mangueira.

Por utilizar mecanismos de filtragem alguns acreditam que seja menos nocivo à saúde. Contudo, a literatura revela que o seu uso é mais prejudicial que o de cigarros. Segundo especialistas,  uma sessão de narguilé que dura em média de 20 a 80 minutos, corresponde à exposição aos componentes tóxicos presentes na fumaça, de aproximadamente 100 cigarros.

O seu uso foi significativamente associado ao desenvolvimento de câncer de pulmão, doenças respiratórias, coronarianas, doença periodontal e ao baixo peso de crianças ao nascer além de câncer de boca, bexiga,  leucemia e  doenças infectocontagiosas como herpes, hepatite C e tuberculose.

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