Um comparativo realizado pela Secretaria de Estado de Saúde mostrou que houve um aumento significativo no número de casos de dengue em Mato Grosso neste primeiro semestre. Entre 1º de janeiro e 23 de julho foram confirmados 17.733 casos de dengue, totalizando 97,34% de aumento se comparado ao mesmo período do ano passado, quando 9.986 casos foram notificados. O aumento alerta que os cuidados devem ser intensificados.
De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Flávia Guimarães, não há limite para a infecção pelos vírus da dengue e as pessoas podem sofrer infecções sucessivas por todos os tipos de vírus circulantes. “Esse ano nós temos dois sorotipos circulando ao mesmo tempo, o sorotipo 1 e o sorotipo 4, o que aumenta a possibilidade de ter novos casos. Se uma pessoa já adoeceu pelo tipo 4 corre o risco de adoecer pelo tipo 1 e assim vice-versa”.
Para a coordenadora, o aumento é alarmante, tornando ainda mais necessário que as ações de controle e prevenção ao mosquito transmissor da dengue sejam intensificadas por parte de todos os gestores municipais e com a ajuda da população.
“O que permite que a gente tenha o mosquito é o criadouro, por isso é fundamental que as ações de combate sejam contínuas e a população se mantenha atenta. Havendo o criadouro existe a possibilidade de o mosquito nascer, voar e transmitir a doença”, alerta a coordenadora explicando que apesar das chuvas terem diminuído, ainda existe o acúmulo de lixo e materiais que acumulam água parada.
Em Mato Grosso, dos depósitos predominantes para criadouros, 57% corresponde a depósitos para armazenamento de água para consumo, como caixa d’água; 23% são pequenos depósitos como frascos e vasos; 14% são depósitos passíveis de remoção (lixo); e 3% são depósitos fixos como calhas e ralos.
O controle da dengue é uma ação continuada na Saúde do Estado. Para intensificar as medidas de vigilância, prevenção e controle da doença a Secretaria de Estado de Saúde (SES) monitora semanalmente a progressão dos casos e orienta para que cada município intensifique suas ações no combate ao mosquito transmissor das doenças. Atividades de vistoria, orientação e prevenção serão reforçadas, principalmente nos municípios silenciosos, que não registraram nenhum caso, e nos de maior incidência.
Em relação à ocorrência de mortes relacionadas à doença, 12 casos foram notificados, sendo cinco confirmações nos municípios de Sapezal, Cuiabá, Sorriso, Rondonópolis e Matupá. As outras sete mortes continuam em investigação e aguardam resultado laboratorial.
Ainda foram registrados 197 casos suspeitos de febre chikungunya. Deste total, 152 encontram-se em análise, 45 foram descartados e um caso importado foi confirmado. Em relação ao Zika vírus, 91 amostras de exames foram encaminhadas para diagnóstico diferencial.
Até o momento não há registro de caso autóctone confirmado de febre chikungunya e nem existe a presença da circulação do vírus Zika.
A dengue, a febre chikungunya e o Zika vírus são doenças transmitidas pelos mesmos vetores, os mosquitos Aedes Aegypti e Albopictus, que podem ser eliminados com simples ações no dia-a-dia. A população deve ficar atenta, alguns cuidados simples podem ser tomados por todos em suas residências para evitar o acúmulo de água parada, como fechar a caixa d’água de forma adequada; não acumular vasilhames, lixos e embalagens no quintal; verificar se as calhas não estão entupidas; e colocar areia nos pratos dos vasos de planta.