A Gerência de Combate ao Crime Organizado, da Polícia Civil, deflagrou, hoje, a Operação Fair Play para cumprir 19 mandados judiciais, entre prisões, buscas e apreensões, contra um grupo criminoso que lavou dinheiro do tráfico em Cuiabá, usando a aquisição de imóvel no litoral sul do País. Os mandados são cumpridos na capital mato-grossense e também na cidade de Itapema (SC).
A decisão judicial inclui ainda o sequestro de quatro veículos e de um apartamento localizado no litoral catarinense, bloqueios de contas bancárias e a suspensão de atividade econômica de duas empresas abertas em nome dos investigados.
Esta operação é um desdobramento da Operação Apito Final, deflagrada pela GCCO em abril deste ano, contra o tesoureiro de uma facção criminosa, também o principal investigado na Fair Play. Junto ao suspeito, de 38 anos, outros alvos da Apito Final também são investigados na operação atual, entre eles um advogado que continuou a atuar como ‘laranja’ do líder criminoso.
Também entre os alvos da Fair Play está um ex-assessor da Câmara de Vereadores de Cuiabá, de 40 anos, investigado anteriormente em outra operação contra o crime organizado em Mato Grosso. Ele respondeu a inquérito pela GCCO por delitos relacionados a instituições bancárias e em outros estados do país.
Segundo a Polícia Civil, ele foi identificado como a pessoa que adquiriu como ‘laranja’ o apartamento na cidade de Itapema, em outubro do ano passado, para o outro investigado, que usufruiu do imóvel em diversas viagens ao litoral catarinense acompanhado de comparsas. A investigação apurou que o apartamento, em um condomínio de classe média, foi comprado com recursos provenientes do tráfico de drogas e para lavar dinheiro da organização criminosa.
Para pagar o imóvel, os investigados usaram uma tática conhecida como ‘smurfing’, que consiste em fracionar pagamentos bancários em valores menores a fim de despistar a fiscalização do Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Um advogado, 35 anos, foi designado pelo tesoureiro da organização criminosa para olhar o imóvel, verificar a documentação e autorizar a compra do apartamento.
A Operação Fair Play faz parte das ações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas. A rede reúne delegados titulares das unidades especializadas e promotores públicos dos 26 estados e Distrito Federal e é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para traçar estratégias de inteligência de combate de forma duradoura à criminalidade.
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